Redação Pragmatismo
Religião 31/Jul/2014 às 10:58 COMENTÁRIOS
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Kassab pode destruir o Templo de Salomão

Publicado em 31 Jul, 2014 às 10h58

Kassab não é Nabucodonosor, rei da Babilônia responsável pela destruição do primeiro Templo de Salomão, mas pode destruir o Templo de 2014

templo de salomão kassab
Templo de Salomão, que será inaugurado nesta quinta (31), chama a atenção de quem passa pelo local (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

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Se comprovadas as suspeitas de corrupção na construção do templo durante a gestão do atual candidato a senador pelo PSD, a nova sede da Igreja Universal pode até ser demolida

Nabucodonosor, rei da Babilônia em 586 antes de Cristo, foi o responsável pela destruição do primeiro Templo de Salomão, planejado pelo rei Davi e construído pelo seu filho. Mais de 2600 anos depois, o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), pode cumprir o mesmo papel e ser responsável, mesmo indiretamente, pela demolição do novo templo de Edir Macedo.

Isso por que a construção da nova sede da Igreja Universal, prestes a ser inaugurada, é alvo de investigação do Ministério Público paulista sob suspeitas de irregularidade. Denúncias apontam que o maior espaço de culto religioso do país – quatro vezes maior que o Santuário de Aparecida – teria sido erguido com um alvará de reforma, e não de construção.

Concedido em outubro de 2008 durante a gestão Kassab, pelo antigo Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov), o alvará de reforma teria livrado a Igreja Universal de pagar 5% do valor da obra, além de fazer melhorias no entorno, como é previsto em um alvará de construção. Como a obra foi orçada em R$680 milhões, o custo que a igreja de Edir Macedo teria que pagar seria de R$35 milhões.

Em entrevista à rádio CBN, o promotor que encabeça as investigações, Maurício Antônio Ribeiro Lopes, apontou uma consequência ainda mais grave: caso sejam comprovadas as suspeitas de fraude nos alvarás, 40% da área total do terreno teria que ser destinado à moradia popular. Isto é, parte do templo teria que ser demolido.

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Isso porque, segundo o promotor, o terreno estava em uma área industrial, havia um estudo de tombamento e ainda é considerado uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social). Como se trata de uma construção e não de uma reforma, uma irregularidade no alvará obrigaria a Igreja Universal a cumprir a lei e ceder parte do terreno.

Quem concedeu o suposto alvará fraudulento foi Hussen Arab Assef, ex-diretor do Aprov e suspeito de enriquecimento ilícito e irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários.

O promotor afirmou que as documentações relacionadas ao caso já foram solicitadas tanto para a Prefeitura quanto para a igreja de Edir Macedo. Apesar das suspeitas, Lopes disse que há indícios mas que ainda não são suficientes para garantir que houve fraudes.

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