Denúncia dos EUA contra a Rússia vai se desfazendo no ar, e autoridades americanas dizem não ter provas que liguem Rússia à derrubada de avião da Malaysia Airlines
Oficiais do alto escalão do serviço de inteligência dos Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira (22/07) que não há provas evidenciando a participação do governo da Rússia na derrubada do Boeing-777 da Malaysia Airlines, há uma semana.
Para os agentes norte-americanos ouvidos sob anonimato pela agência AP, a aeronave comercial com 298 pessoas a bordo foi abatida por um míssil terra-ar modelo SA-11 disparado por membros do grupo separatista pró-russo — provavelmente “por engano”, segundo crê um dos oficiais.
A hipótese de erro humano por parte dos separatistas é apoiada no retrospecto recente do conflito: 12 aeronaves militares ucranianas foram abatidas recentemente na região pelos grupos anti-Kiev, segundo dizem os oficiais.
VEJA TAMBÉM: Os mistérios do “atentado” ao voo MH17
Conforme relata a AP, o serviço de inteligência dos EUA continua a acreditar que Moscou “criou as condições” que levaram ao incidente. No entanto, não há qualquer evidência da participação direta de Moscou: não há notícia da presença de militares russos durante o lançamento do míssil ou informações sobre treinamento oferecido pela Rússia para a equipe que disparou o projétil.
Um dos funcionários do governo norte-americano disse ainda que os EUA não sabem nem o nome nem a posição do autor do disparo — “nem estamos 100% certos de que haja uma nacionalidade”. Segundo ele, os EUA não têm a pretensão de chegar a conclusões definitivas que esclareçam o evento.
Caixa-preta
Após as caixas-pretas serem entregues pelos separatistas às autoridades malaias, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou hoje que o material também será analisado por uma equipe britânica especializada em acidentes aéreos.
“Aceitamos o pedido da Holanda para que os investigadores de acidentes aéreos de Farnborough recuperem a informação das caixas-pretas do voo MH17 para sua análise internacional”, anunciou Cameron em mensagem em sua conta no Twitter.
Também hoje, o presidente norte-americano, Barack Obama, visitou a embaixada da Holanda para oferecer seus pêsames pelas vítimas do avião da Malaysia Airlines. Obama garantiu que os dois países trabalharão em conjunto “até que se faça justiça”.
Efe e Opera Mundi