Dono de casa usada para ‘comitê voluntário’ do PSB constrange Eduardo Campos e sua vice, Marina Silva, ao revelar que lhe prometeram dinheiro pela iniciativa
O presidenciável socialista Eduardo Campos (PSB) passou por uma saia-justa ao lado da vice Marina Silva na inauguração de um comitê voluntário em Osasco, na Grande São Paulo.
O dono da casa, Edivaldo Manoel Sevino, disse esperar receber dinheiro pela iniciativa. Ao gravar um depoimento para ser usado pela campanha, Sevino perguntou: “pode falar a verdade?”. Encorajado pelos assessores de Marina, disparou: “Me prometeram unzinho”. E sorriu, completando a frase com um gesto com a mão que indicava a expectativa de receber dinheiro.
Marina disse que desconhecia qualquer promessa de pagamento e que é preciso considerar que “pessoa simples” tem outra “visão” sobre a política.
Questionada por jornalistas sobre o episódio, Marina rechaçou a prática de pagar por apoio político e disse que pediu para os seus aliados que organizaram o evento apurarem o caso. “Isso é muito grave”, afirmou. “Não trabalhamos dessa forma, nunca fizemos esse tipo de coisa e isso nem pode de acordo com a lei”.
Experiência eleitoral em 2010
Antes de saber sobre a expectativa do voluntário, Marina atribuiu a iniciativas como a do morador de Osasco o fato de ter recebido quase 20 milhões de votos na eleição de 2010.
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“Não é só fazer uma casa de Eduardo e Marina. É também fazer uma doação indireta de uma pessoa que tudo o que ganha, R$ 150, de repente abdica disso para nos receber. Em 2010 tivemos inúmeras dessas contribuições. Quando vocês não entendem porque foram quase 20 milhões de votos, é por isso que foram quase 20 milhões.”
Segundo a assessoria do PSB, mais de 370 pessoas no país já manifestaram interesse em receber a estrutura em suas residências. Os voluntários não recebem remuneração pela disponibilização de seus imóveis para a campanha e têm a função de recepcionar os candidatos e divulgar material de campanha na cidade.
com Agência Estado e Folhapress