Redação Pragmatismo
Mundo 21/Jul/2014 às 18:35 COMENTÁRIOS
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Queda do MH17: Rússia detectou caça ucraniano voando próximo ao avião

Publicado em 21 Jul, 2014 às 18h35

Rússia diz ter detectado caça da Ucrânia voando próximo ao MH17 antes da queda que matou 298 pessoas. Aeronave militar ucraniana estava a cerca de 5 km do Boeing malaio; Moscou também nega ter fornecido armamentos a separatistas

As Forças Armadas russas informaram nesta segunda-feira (21/07) que seu sistema de radar detectou um caça ucraniano voando em direção ao Boeing MH17 da Malaysia Airlines no dia da tragédia, quinta-feira (17/07). Além de pedir explicações à Ucrânia, militares russos também afirmam que a aeronave ucraniana é equipada com poder de fogo que seria capaz de atingir, àquela distância, a aeronave civil.

Tuíte do veículo RT reproduz imagens cedidas pelo Ministério da Defesa russo, supostamente indicando que radar russo detectou presença de caça ucraniano em direção à aeronave malaia:

rússia avião ucrânia

“Um caça da Força Aérea ucraniana foi detectado ganhando altitude, sua distância do Boeing malaio era de 3 a 5 km”, declarou hoje em uma conferência de imprensa o tenente-general Andrey Kartopolov, chefe da Diretoria de Operações Principais do quartel-general do Exército russo, citado pela agência Efe.

VEJA TAMBÉM: Os mistérios do “atentado” ao voo MH17

Segundo Kartopolov, a aeronave militar modelo SU-25 pode atingir até 10 km de altitude e é equipada com mísseis R-60 ar-ar, capazes de atingir um alvo a até 12 km de distância — “seguramente até 5 km”, observou o oficial.

“Nós gostaríamos de pedir explicações quanto ao porquê do caça militar estar voando junto a um corredor da aviação civil praticamente na mesma hora e no mesmo nível de uma aeronave cheia de passageiros”, afirmou Kartopolov, acrescentando que a presença do caça ucraniano pode ser confirmada por imagens capturadas pelo centro de monitoramento do Exército russo.

Moscou nega ter enviado armamentos

A Rússia também afirmou que não forneceu aos grupos separatistas do leste ucraniano os sistemas de mísseis do tipo Buk, supostamente utilizado para derrubar o avião malaio, com suas 298 pessoas a bordo. Moscou também nega que “qualquer outro tipo de armamento” tenha sido entregue aos separatistas da região de Donetsk.

A inteligência norte-americana rebate a afirmação russa ao dizer ter “detectado aumento na quantidade de armamento pesado chegando nas mãos de separatistas e cruzando a fronteira entre Rússia e Ucrânia”.

rússia avião ucrânia
[Imagem do centro de operações do Ministério da Defesa russo mostra mapa sobre espaço aéreo ucraniano e deslocamento de aeronaves]

O Ministério da Defesa russo também afirmou que as Forças Armadas ucranianas possuem bases para lançar mísseis terra-ar em locais muito próximos ao território controlado por separatistas. “Temos imagens aéreas de certos locais onde a Defesa Aérea ucraniana esteve instalada no sudeste do país”, disse Kartapolov.

A Rússia também afirma que um satélite de monitoramento norte-americano sobrevoava a região separatista onde o avião caiu no dia da queda. Moscou pediu para os EUA divulgarem as imagens obtidas pelo suposto satélite.

Um grupo de especialistas ouvidos pela agência de notícias russa Itar-Tass classificou como “falsa” a gravação sonora divulgada pela Ucrânia, em que combatentes dos grupos separatistas ucranianos supostamente conversavam sobre a derrubada do avião malaio. Após estudar a gravação, o grupo de experts chegou à conclusão que a fita foi produzida a partir de diversas gravações diferentes.

“Esta gravação de áudio não é um arquivo integral e foi produzida a partir de vários fragmentos”, disse Nikolai Popov, especialista em som e análise de voz.

Cessar-fogo no local da queda

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ordenou hoje um cessar-fogo em um raio de 40 quilômetros ao redor do local onde supostamente foi abatido há quatro dias o Boeing 777 da Malaysia Airlines.

“Eu dei a ordem. Os militares ucranianos não devem fazer operações nem abrir fogo em um raio de 40 quilômetros a partir do local da tragédia”, disse o líder ucraniano aos jornalistas, após visitar a embaixada da Malásia em Kiev.

Por sua vez, Andrei Purguin, um dos líderes dos separatistas de Donetsk, região onde caiu o avião malaio, assegurou que “os milicianos garantiram a segurança na região da catástrofe desde o primeiro dia após o acidente”.

“No entanto, junto ao lugar da tragédia se concentram muitas forças ucranianas. Temo que não se possam evitar escaramuças locais. São possíveis provocações da parte ucraniana”, advertiu Purguin.

Opera Mundi e Agência Efe

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