Chefão da Match, que tem como sócio sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter, é preso no Copacabana Palace. Ray Whelan sofre acusação de organizar venda de ingressos VIPs por até R$ 35 mil. Esquema renderia R$ 1 milhão por jogo e funcionaria há quatro copas
A polícia do Rio de Janeiro prendeu nesta segunda-feira o diretor-executivo da Match, empresa ligada à Fifa, suspeito de facilitar o repasse de ingressos a um grupo acusado de venda ilegal, informou uma fonte da Polícia Civil.
A prisão de Ray Whelan ocorreu no hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio, onde o suspeito estava hospedado. A cúpula da Fifa vem usando o mesmo hotel durante a Copa do Mundo.
“Esse era o nome que aparecia nas conversas”, disse à Reuters uma fonte na Polícia Civil na condição de anonimato.
O diretor da Match, a agência de viagens oficial da Fifa, teve a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da polícia, que temia que ele poderia tentar deixar o país.
Whelan foi levado à 18ª Delegacia de Polícia para ser interrogado.
Integrantes do grupo foram presos na semana passada, numa operação que resultou em ao menos 11 detidos, entre eles o franco-argelino Lamine Fofana, que seria o líder da suposta quadrilha.
Segundo a polícia, o grupo de Fofana estimava que poderia faturar com a Copa do Mundo no Brasil cerca de 200 milhões de reais.
Na semana passada, a polícia havia informado que as investigações apontavam que ele tinha acesso ao quartel-general da entidade no hotel de luxo na zona sul do Rio de Janeiro, usava um cartão de estacionamento da Fifa para ter acesso a estádios e áreas reservadas. Teria ainda contatos dentro da entidade que lhe permitiam obter ingressos para serem negociados.
A Fifa informou ao saber da operação, na semana passada, que se reuniria com as autoridades e aguardaria mais informações sobre as investigações antes de se posicionar.
A polícia informou que possui aproximadamente 50 mil escutas telefônicas que detalham a participação de cada um dos suspeitos de envolvimento no esquema.
Reuters
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook.