Veja defende o assassino e condena o Itamaraty
Veja adota posições cada vez mais extremistas e se alinha abertamente ao assassino. Revista sai em defesa do carniceiro Benjamin Netanyahu, que foi responsável pela morte de mais de mil pessoas nos últimos dias e capaz de bombardear até um hospital e uma escola das Nações Unidas
Responsável pelo primeiro voto, em 1947, pela criação de Israel, o Brasil sempre foi um aliado da causa judaica. No entanto, a política externa do Itamaraty também sempre foi pautada pela defesa dos direitos humanos. Foi exatamente neste contexto que o chanceler Luiz Alberto Figueiredo divulgou uma nota em que condenava “energicamente” a ação desproporcional de Israel no conflito da Palestina, que, em menos de vinte dias, matou mais de mil pessoas.
Neste período, o governo do chanceler Benjamin Netanyahu assassinou mulheres, crianças e foi capaz até de bombardear um hospital e uma escola da Organização das Nações Unidas, levando o secretário Ban-Ki-Moon a se dizer “estarrecido”. De acordo com as Nações Unidas, Netanyahu deve ser investigado por “crimes de guerra” e até mesmo o maior aliado de Israel, o governo dos Estados Unidos, tem se mostrado desconfortável com o banho de sangue. Ontem, o secretário de Estado, John Kerry, pediu uma trégua que impedisse a continuidade da matança.
No entanto, Netanyahu tem, a seu lado, a família Civita, que edita a revista Veja, cuja capa desta semana se dedica a apontar o que seria o “apagão na diplomacia” e a “falência moral da política externa do governo Dilma”. Internamente, a revista aponta o que seriam sinais de “nanismo” do Itamaraty. Um desses, curiosamente, seria até a declaração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, numa reunião do G-20, quando chamou o ex-presidente Lula de “o cara”. Ou seja: na lógica de Veja, um elogio de Obama no G-20, organismo que deve muito ao Brasil, diminuiria o País.
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Com a capa desta semana, Veja se coloca à extrema direita e se isola até mesmo de seus leitores. Responsável pela formulação da política externa do candidato Aécio Neves (PSDB-MG), o embaixador Rubens Barbosa concordou com a posição adotada pelo Itamaraty. Neste sábado, a jornalista Mônica Bergamo também informa que o presidente da Confederação Israelita Brasileira, Claudio Lottenberg, se disse indignado com a grosseria do porta-voz Yigal Palmor, que chamou o Brasil de “anão diplomático”. Em editorial, o jornal Estado de S. Paulo condenou o que chamou de “baixaria israelense”.
Veja, assim, se isola, assim como o carniceiro Benjamin Netanyahu. Os dois, na verdade, se merecem.
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