Manifestação de Aécio Neves, presidenciável tucano, sobre o caso Wikipédia dá sinais de que este deverá ser o próximo embate da campanha eleitoral de 2014. Alterações nos perfis dos jornalistas da Globo ocorreram em 2013, mas só agora foram reveladas
O caso Wikipédia promete ser o próximo embate da campanha eleitoral. É o que fica claro na nota divulgada por Aécio Neves, presidenciável tucano, sobre o episódio, antes da manifestação da presidente Dilma Rousseff:
“É lamentável o desrespeito que setores do governo demonstram ao contraditório. Talvez ninguém mais do que eu tenha sido vítima da intolerância criminosa de setores do partido do governo, como já comprovado em vários casos. É preciso que essas denúncias sejam investigadas a fundo e os responsáveis punidos. Mas também é necessária uma palavra da presidente da República que, em última instância, é responsável pelas pessoas que nomeia e pelo que ocorre na sede do governo brasileiro. Afinal, hoje está provado que o Palácio do Planalto age para desmoralizar jornalistas independentes, que de lá saem perguntas para fraudar uma CPI, e que lá é feito o monitoramento político dos apoiadores dos adversários do PT.”
Em artigo publicado neste sábado, a própria Miriam Leitão acusou o Palácio do Planalto de ter colocado em prática uma política de estado contra a imprensa. “Alguém deu ordem para isso”, disse ela.
O caso também deve chegar à esfera judicial, uma vez que o líder tucano, Antônio Imbassahy (PSDB-MG), pedirá ao ministro José Eduardo Cardozo investigação sobre o caso.
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“Atacar jornalistas é atacar a própria imprensa e a liberdade de expressão”, disse Imbassahy. “Não conseguiram, de maneira institucional, controlar o conteúdo da mídia e agora partem para atitudes criminosas, tentando abalar a credibilidade de jornalistas conceituados que apontam os erros cometidos pelo governo federal”.
Entenda o caso
Os perfis dos jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão foram alterados na Wikipédia a partir de um computador conectado à rede do Palácio do Planalto, segundo reportagem do jornal “O Globo” publicada nesta sexta-feira (8). Nos textos, foram incluídas críticas. Miriam foi acusada de beneficiar o banqueiro Daniel Dantas e de fazer análises econômicas desastrosas. Carlos Sardenberg, de defender interesses da Febraban, a entidade que reúne os grandes bancos nacionais e é presidida por seu irmão. Alterações ocorreram em 2013.
Mas embora não existam dúvidas de que o endereço IP é de responsabilidade do Planalto, não dá para saber como esse endereço é usado. Em redes Wi-Fi, e também em redes de empresas de modo geral, o acesso à internet de todos os usuários é visto na internet como sendo de um mesmo endereço IP. Ou seja, um endereço IP não é usado por um só computador para acessar a internet.
Em outras palavras, o endereço IP não é “documento” nem “identidade”. Sozinho, ele não identifica necessariamente um computador, muito menos uma pessoa.
com agências e 247