Ao falar sobre os documentos do avião em que Eduardo Campos estava, coordenador financeiro de Marina Silva faz piada de péssimo gosto
O deputado federal e candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin, Márcio França, também se tornou desde ontem o coordenador financeiro da campanha de Marina Silva.
Márcio França é um político experiente. Foi duas vezes prefeito de São Vicente, está há um bom tempo no Congresso e é o grande nome do PSB no estado. Não é um outsider da política. E não tem nada a ver com nova política. É o que há um tempo se costumava chamar de raposa felpuda. Um político mais do que tradicional.
Por isso, a resposta de França sobre os documentos do avião em que Eduardo Campos estava só pode ser creditado ao diversionismo. Falar que o partido e a campanha não sabem quem era o dono do jatinho porque os documentos estavam dentro dele é chamar a todos nós de estúpidos. De idiotas.
Marina pode fazer de conta que não ouviu isso. Mas essa declaração é de um descaramento incrível. É algo inacreditavelmente cafajeste. Afinal, morreram sete pessoas e uma série de outras poderiam ter morrido. Algumas delas que correram risco de vida estão com suas casas absolutamente destruídas.
O mínimo que este avião tem que ter é um dono para que o seguro possa vir a ser acionado e para que ele também possa responder na investigação que certamente será realizada da tragédia.
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O PSB tem que dar explicações decentes. E parar de tratar essa história na base da palhaçada. Se Marina não quiser sair chamuscada politicamente do episódio o melhor que tem a fazer é abordar o tema de maneira menos leniente. Ela era candidata a vice na chapa de Campos e por pouco não estava naquele voo. Além disso, usou aquela aeronave em vários momentos.
Ao que parece vão querer transformar essa história em algo qualquer. Num mero detalhe. E não é. Um jatinho não é um tico-tico ou uma bicicleta. É algo para poucos. E quem empresta ou doa um objeto desses pra uma campanha tem muito a explicar sobre a operação. Se é que esse alguém existe.