Em fato inédito, deputada vota contra uma lei no parlamento cubano. Mariela Castro, uma das principais defensoras dos direitos LGBT no país, discordou de lei por considerá-la discriminatória
A deputada Mariela Castro fez algo inédito na história do Parlamento cubano: votar contra uma lei. Desde a revolução cubana que instituiu o regime socialista, nunca um parlamentar havia se posicionado contrário a uma proposta de lei apresentada. Mariela discordou da lei trabalhista que bane a discriminação com base no gênero, raça e orientação, porém, não contempla identidade de gênero, motivo da contrariedade da parlamentar.
Mariela Castro justificou o seu voto dizendo que a lei discrimina as pessoas transgêneras. Ela é a diretora do Centro Nacional de Cuba para Educação Sexual (Cenesex) e tem sido a principal voz na defesa dos direitos das LGBT na ilha. “Eu não poderia votar a favor sem a certeza de que os direitos trabalhistas das pessoas com identidade de gênero diferente seriam explicitamente reconhecidos”, declarou Mariela.
A Assembleia Nacional de Cuba é composta por 612 parlamentares e desde a sua fundação nunca um deputado havia votado contra uma lei apresentada. A atitude de Mariela Castro foi considerada “revolucionária” ao redor do mundo por ter quebrado uma hegemonia de mais de 40 anos e pelo fato dela ser mulher num ambiente predominantemente masculino. Mariela é filha de Raul Castro, atual presidente de Cuba, e sobrinha de Fidel Castro.