Indignado com cobertura tendenciosa, manifestante em Ferguson xinga repórter da FOX News ao vivo. Abertamente conservadora, a emissora é uma espécie de revista Veja da TV norte-americana
A cobertura das principais redes de televisão norte-americana sobre os recentes acontecimentos em Ferguson, Missouri, vem colecionando críticas. A maioria foi acusada de racismo ou omissão devido à forma como noticiou os protestos pelo assassinato de um jovem negro. Um desses casos foi protagonizado pela FOX News.
Após o repórter, branco, fazer um comentário sobre o desenrolar violento de uma manifestação, dizendo que os “manifestantes dignos” já haviam ido embora e que, os que permaneceram enfrentando as forças policiais estavam fazendo “criancices”, um morador de Ferguson, negro, perde a paciência (assista no vídeo abaixo).
Ele contesta Steve Harrigan aos berros, que naquele momento fazia uma entrada ao vivo. “Fale essa m* de novo! Seu filho da put*”, grita, indignado. Quase sem reação, o jornalista só consegue responder que “está na TV” e que “não quer discutir”. Após o canal cortar o som, o apresentador do programa procura contemporizar a reação do homem, explorando a complexidade do caso de Michael Brown. Mas repete que os “bons manifestantes” naquele momento estavam em casa.
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Em seguida, a palavra volta para o repórter, que começa dizendo que de fato “há um grande sentimento de raiva” na cidade, mas as pessoas têm “diferentes objetivos”. O rapaz então explica que a “fonte” de sua indignação é ver “meu povo, o povo negro, branco, azul ou marrom”, sendo ameaçados. Ele termina dizendo que está disposto a permanecer ali, na rua, “todas as noites”.
Brown, de 18 anos, foi morto a tiros em 9 de agosto durante uma batida policial em Ferguson. O responsável seria o oficial Darren Wilson, de acordo com as autoridades de segurança. A autópsia mostrou que ele recebeu seis tiros no corpo, sendo dois na cabeça. O crime motivou uma onda de indignação popular na cidade, que atualmente é violentamente reprimida por forças de segurança estaduais e federais.
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Opera Mundi