Categories: Eleições 2014

Marina causa racha no PSB e perde apoio do PSL

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Secretário-geral e militante histórico do PSB, Carlos Siqueira deixa a coordenação nacional da campanha da legenda. "Fui tratado de maneira grosseira", afirma. PSL também abandona Marina: menos tempo no guia eleitoral, 780 vereadores e 36 prefeitos

Marina Silva enfrenta primeiros problemas internos em sua campanha eleitoral (divulgação)

A ex-senadora Marina Silva acaba de provocar o primeiro grande racha no PSB depois de entrar no lugar de Eduardo Campos como candidata a presidente da República. Carlos Siqueira, secretário-geral e militante histórico da legenda, deixou a coordenação nacional da campanha que agora é de Marina. “Pela maneira grosseira como ela me tratou”, disse ele ao jornal Folha de S. Paulo, justificando a atitude.

Siqueira contou que a nova candidata, que era vice de Campos, o tratou de maneira “muito deselegante” na reunião ocorrida entre lideranças do partido nesta quarta-feira 20. Marina teria dito a Siqueira que ele não precisaria mais se preocupar com a coordenação do projeto político. Na avaliação dele, se ela “comete uma deselegância no dia em que está sendo anunciada candidata, imagine no resto”. “Com ela não quero conversa”, ressaltou.

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A saída do coordenador da campanha é um sinal de como será espinhosa a relação entre a ex-senadora e militantes pessebistas e mostra o quão era limitada a Eduardo Campos, ex-presidente do partido, a aliança com a líder da Rede.

PSL abandona coligação

Em nível nacional, o PSL anunciou que está liberando seus diretórios para apoiarem os candidatos que julgarem melhor.

Embora seja um partido pequeno, a saída do PSL deverá impactar diretamente o tempo de televisão que a coligação Unidos pelo Brasil tem atualmente. O presidente do PSL, Luciano Bivar, diz que Marina deverá perder entre seis e oito segundos, dos dois minutos e três segundos hoje à sua disposição. “Mas a perda maior serão os 780 vereadores e 36 prefeitos”, ressaltou Bivar segundo o jornal Folha de Pernambuco.

O PSL se queixou da falta de diálogo com o PSB após a morte de Campos em um acidente aéreo ocorrido na quarta-feira (13), em Santos (SP).

Mendonça Filho (DEM) fora

Em Pernambuco o deputado federal e presidente do DEM, Mendonça Filho, justificou a sua saída do palanque de Marina alegando que com a sua ligação era com Eduardo Campos e que irá deixar a coligação por não possuir afinidades com a candidata.

Embora o DEM esteja aliado em nível nacional com a candidatura do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), Mendonça havia sido liberado para apoiar a candidatura de Campos à Presidência da República. O deputado, porém, confirmou que continuará apoiando Paulo Câmara (PSB) para o Governo do Estado.

Marina Fala em mal entendido com Siqueira

Marina Silva afirmou, nesta quinta-feira (21), que houve um ‘mal entendido’ com o secretário geral do PSB, Carlos Siqueira, até então coordenador de campanha de Eduardo Campos. A candidata cobrou que o próprio PSB esclareça a situação. “Eu não falaria mal de alguém que me recebeu tão bem no PSB. Eu prefiro ser injustiçada do que cometer uma injustiça”, comentou a candidata ao chegar a sede da legenda em Brasília.

Carlos Siqueira, por sua vez, ressaltou que exercia o cargo porque tinha uma relação de confiança com Eduardo Campos, e que agora, após o falecimento, terminou essa fase com a campanha. “A nova candidata deve escolher o seu coordenador”, comentou também na sede do partido na manhã desta quita-feira. Siqueira também disse que agora será “apenas um membro da direção [do partido]“.

com Folhapress e 247