Matheus Sathler pode ter candidatura cassada. PSDB lembrou que o estatuto do partido preza pelo respeito às “diferentes orientações sexuais e identidade de gênero”
O diretório do PSDB do Distrito Federal (DF) notificou nesta segunda-feira (25) o candidato a deputado federal Matheus Sathler, que tem defendido a distribuição do “Kit Macho” e “Kit Fêmea”, para que recolha todo o seu material de campanha em 24h. O objetivo do tucano era distribuir cartilhas para que “meninos gostem apenas de meninas”, o que causou polêmica entre as LGBT e movimentos sociais. Sathler acatou a decisão, pois, caso contrário, teria a sua candidatura cassada.
Em nota, o secretário-geral do PSDB-DF, Sebastião Melchior, citou o artigo 2º do estatuto da legenda que prevê o respeito “especialmente no que diz respeito às diferentes orientações sexuais e identidade de gênero”. No entanto, Sathler declarou que vai à Justiça para resgatar o direito de continuar a divulgar o “Kit Macho”.
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As propostas do candidato pregam ainda o antifeminismo e ensina as meninas, desde pequenas, “a serem femininas” e a seguirem “o seu papel correto” na sociedade. Em um vídeo postado no YouTube, em que ataca a presidente Dilma, ele diz inclusive ter orgulho de ser chamado de machista.
OAB pede punição
A Comissão Nacional da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrará com três representações contra Matheus Sathler.
A presidente da Comissão, Maria Berenice Dias, explicou que um dos processos será dirigido ao Ministério Público. Segundo ela, Sathler praticou crimes de injúria e difamação contra a população LGBT. Um segundo procedimento será aberto na própria OAB a fim de apurar o possível descumprimento do código de ética da entidade.
Por último, a Comissão vai pedir que a Justiça Eleitoral retire de circulação todas as propagandas homofóbicas do candidato tucano. “É importante que ele seja punido de alguma forma, até para servir de exemplo para outros eventuais candidatos homofóbicos. O Congresso Nacional não pode ter em seus quadros um representante preconceituoso como esse”, afirmou Maria Berenice.
com Revista Fórum e Agências