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Novo Templo de Salomão é invadido por políticos em inauguração

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Em 'noite de gala', políticos lotam inauguração do Templo de Salomão. Dilma Rousseff, Geraldo Alckmin e Haddad estiveram presentes. Lula, Aécio Neves e Eduardo Campos não compareceram

Inauguração do Tempo de Salomão recebe inúmeros políticos (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Durante a inauguração oficial do Templo de Salomão, na noite desta quinta-feira, o bispo Edir Macedo provou definitivamente que sua influência não está restrita à multidão de fiéis seguidores da doutrina da Igreja Universal do Reino de Deus, grupo neopentecostal que fundou há 37 anos.

Na plateia de 10 mil pessoas que acompanharam a cerimônia estavam alguns dos nomes mais importantes do cenário político brasileiro. Entre eles, a presidente Dilma Rousseff (PT).

Citada com honras pelo bispo no altar, Dilma assistiu ao culto ao lado dele – que manteve a barba e as vestimentas típicas durante a cerimônia.

A inauguração do templo marca o esforço da presidente para angariar o voto dos evangélicos em busca da reeleição em outubro. No mesmo dia, Dilma participou do primeiro evento oficial da campanha.

Além da presidente, compareceram também o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT), o vice-presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia (PT) e os ministros do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.

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Ministros do governo, procuradores, desembargadores, vereadores e artistas da Record – emissora que pertence ao bispo – também eram vistos nos closes das câmeras da TV Universal, que transmitiu ao vivo as mais de 2h30 de duração do culto.

Os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) não comparaceram, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a assessoria de imprensa da igreja, eles não foram convidados porque não ocupam cargos políticos atualmente.

Nem mesmo a falta de alvará para a construção no terreno de 35 mil metros quadrados – que motivou uma investigação do Ministério Público por fraude e possível sonegação milionária de impostos – impediu que a festa parasse (literalmente) o trânsito no bairro do Brás, em São Paulo.

Mais de 20 projetores foram responsáveis por recriar com detalhes passagens bíblicas na fachada de 52 metros de altura do templo, que também recebeu das mãos de sacerdotes uma réplica da Arca da Aliança, objeto banhado a ouro que simboliza o “próprio Deus entre os homens”.

Embora a energia elétrica tenha caído pelo menos três vezes, os holofotes foram mais que suficientes para captar o encerramento conduzido por Edir Macedo, registrado até com imagens aéreas de helicópteros pelos cinegrafistas da casa. Outros veículos da imprensa, no entanto, tiveram acesso apenas a uma área externa e restrita da parte de trás do templo.

Com cadeiras importadas da Espanha e 40 mil pedras trazidas da região de Hebron, na Cisjordânia, a obra custou 680 milhões de reais. Durante discurso, Edir Macedo afirmou que o esforço tem o objetivo de resgatar a “fé inteligente dos antepassados” judeus.

Exame