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Os problemas de Marina, dentro e fora do PSB

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Tendência do PSB é lançar Marina Silva candidata, mas ex-senadora terá de enfrentar problemas dentro e fora da legenda. Candidata deve se tornar menos personalista e mais identificada com o projeto partidário

Marina Silva enfrentará problemas dentro e fora do PSB e terá de fazer adaptações (divulgação)

À espera das últimas homenagens a Eduardo Campos, que deve ser sepultado no início da semana que entra, Marina Silva, que está hospedada em um apartamento na capital paulista, pede um “momento de luto” antes de voltar a discutir o cenário político. Todos sabem, porém – ela e a direção do PSB, ao menos – que seu nome é o mais provável a ser lançado no lugar do ex-governador de Pernambuco, que seria candidato não fosse o trágico acidente aéreo que causou sua morte na quarta-feira 13.

A formalização de sua candidatura, porém, passa por enfrentamento de problemas dentro e fora do PSB. Quanto mais a cúpula do partido demora a dar um sinal de como será o futuro, mais fica claro o racha da legenda. A legenda convocou para a próxima quarta-feira 20 uma reunião para decidir como ficará a candidatura. Ontem, o irmão de Eduardo Campos, Antônio, se posicionou favoravelmente à candidatura de Marina. Pouco depois, o partido mandou um recado, por meio de nota, ao dizer que estava de luto e a decisão se daria por “exclusivo critério” do PSB.

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O cenário dá sinais de que a divisão vai além de marineiros e eduardistas. Já havia, antes mesmo do anúncio da chapa Campos-Marina, diferenças em diversas alianças estaduais e em pontos de vista, a exemplo da aliança com o setor do agronegócio. O ponto mais importante para a direção pessebista agora, no entanto, seria a garantia, por parte da ex-senadora, de que ela daria continuidade ao projeto do líder incontestável do partido, sem fazer uma campanha personalista, como fez em 2010, e sim mais identificada com o projeto partidário.

Fora do partido, a ex-ministra tem como principais desafios a resistência de candidatos de governos fortes no agronegócio. No Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), que apoiava Campos, já rechaçou uma eventual candidatura de Marina e afirmou que migrará para a candidatura do tucano Aécio Neves (PSDB). A cúpula do PMDB avalia que seus dois candidatos a governos estaduais que apoiavam Eduardo Campos não ficarão ao lado de Marina. Nelson Trad (MS) e Ivo Sartori (RS) também são de estados com forte atuação do agronegócio. Eles sabem que, se apoiarem a líder da Rede, perdem votos.

Recentemente, Eduardo Campos acalmou os ânimos dos empresários do setor ao discursar em sabatina na Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Sua fala foi focada no “diálogo” e contra o “preconceito” ao agronegócio, com várias citações a Marina Silva. Ele foi o candidato mais aplaudido no evento. Cabe agora a ela dispersar o clima de preocupação que se criou sem Campos no páreo.

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