Após modificar trechos do programa de governo em razão da pressão de setores evangélicos, Agronegócio também pede que Marina recue em promessas e faça alterações
Ao escolher o deputado Beto Albuquerque como vice de sua chapa à Presidência, Marina Silva levantou um sinal de trégua com o setor do agronegócio e demonstrou deixar antigas rixas da época de ministra para trás.
A conturbada relação, no entanto, esbarrou em um novo impasse. O setor agora condiciona o apoio à candidata a uma mudança em seu programa de governo. Marina promete rever indicadores de produtividade agrícola para facilitar desapropriação para reforma agrária.
A questão foi considerada por ruralistas como “fora da realidade” e um “contrassenso”. Segundo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do governo Lula, o índice de produtividade gera insegurança jurídica, “combatida há muito tempo e que a ex-senadora havia incorporado em seu discurso”.
Já o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Correa Carvalho, diz que assunto causou “espanto”: “Parece a história do bode que colocam na sala, para retirar em seguida, quando a situação se torna insuportável”.
Essa não seria a primeira vez que Marina Silva abriria mão de suas convicções para ceder a interesses de seus aliados. Após divulgar programa em favor da causa gay, a candidata foi pressionada pelo pastor Silas Malafaia e, logo em seguida, publicou uma errata alterando o plano de governo.
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