A marcha dos 400 mil em Nova York
Marcha dos 400 mil ficou conhecida como a maior da história na luta por políticas mais atentas às mudanças climáticas
Thiago Gabriel, Revista Vaidapé
Às 9h30 da manhã, pessoas das mais diversas nacionalidades já se agrupavam em frente ao Central Park. Cartazes variados coloriam o horizonte de prédios das ruas fechadas pela polícia para o evento. A People’s Climate March já vem sendo convocada há meses e levou aproximadamente 400 mil pessoas às ruas no último domingo (21) para exigir mudanças nas políticas adotadas ao meio ambiente.
O evento é parte da Climate Justice Alliance, movimento que organiza diversas ações diretas não-violentas durante a semana em que a cúpula climática da ONU reúne-se na cidade. O objetivo é pressionar os líderes mundiais a tomarem atitudes mais claras e incisivas para tratar a saúde do planeta. Com a presença dos governantes na cidade, a marcha chamou atenção da imprensa, que também compareceu em peso.
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As ruas pareciam uma torre de Babel, composta por inúmeras línguas e nacionalidades, refletindo fielmente o complexo ecossistema urbano da cidade. Manifestações culturais locais deram o tom da caminhada. Grupos indígenas – os mais afetados pela crise climática – reproduziram uma espécie de ritual tradicional em volta de um totem de papelão. Um grupo meditava no Central Park. Chineses, peruanos, filipinos, costa-riquenhos, sul-africanos, argentinos caminhavam juntos por políticas econômicas menos danosas ao meio ambiente.
Com crachás de imprensa, convidados VIPs, seguranças voluntários da própria organização, telões e percurso combinado, o acontecimento foi a cara dos eventos norte-americanos: organizado para ser grande e ocorrer com tudo nos conformes.
Quando começou a andar, a agitação geral do público transmitia um ar emocionante e comemorativo para a marcha. Não havia raiva ou indignação, apenas a vontade de mudanças, tentando representá-las através dos gritos e cartazes. A polícia acompanhou todo o trajeto; parou o trânsito, impediu que manifestantes ultrapassassem as grades de segurança e manteve-se como observadora do evento.
Ao chegar na famosa Times Square, o ato era aguardado por centenas de turistas que preparavam suas câmeras para capturar a melhor imagem. Contidas pelas grades policiais pareciam aguardar a passagem do tapete vermelho de uma premiação.
Depois de percorrer mais de 30 quadras, a marcha chegou ao fim na 11a avenida, onde lhe aguardavam tendas, panfletos e uma organização impecável. De forma um tanto quanto melancólica, muitos saíam de lá sem saber exatamente o que havia acontecido, e porque estavam lá daquela forma. Mesmo assim, o clima era de felicidade. Sorrisos de pessoas de todas as idades, etnias, nacionalidades e culturas juntavam-se em um acontecimento histórico por um planeta que é de todos.
Foto da marcha passando ao lado do central park: