Por que Marina Silva mentiu sobre a CPMF?
Mesmo com os documentos do Senado Federal comprovando que Marina Silva mentiu sobre sua votação na CPMF, a candidata não reconhece o equívoco (proposital, ou não) e continua insistindo na mentira
Marina Silva mentiu no debate da Rede Bandeirantes e, mais uma vez, não conseguiu sair da saia justa quando foi confrontada sobre a questão da CPMF no debate da TV Record.
Logo na primeira pergunta, Marina foi questionada sobre como ela havia votado na questão da CPMF – na Band, ela havia dito não fazer “oposição pela oposição”, citando o caso da CPMF, quando teria sido a favor, mesmo contrariando a vontade de seu partido.
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Sem responder, Marina apenas tergiversou, dizendo ter sido a favor, quando se tratava de um fundo para combate à pobreza.
Na realidade, houve quatro votações sobre a CPMF, durante o período em que Marina Silva foi senadora. E, em todos os casos, ela votou contra. Por que ela mentiu?
Em 18 de outubro de 1995 e 8 de novembro do mesmo ano, quando tramitaram em primeiro e segundo turnos a Proposta de Emenda Constitucional 40/1995; e também em 6 e 19 de janeiro de 1999, quando foi a vez da PEC 34/1998. Nas quatro oportunidades, Marina Silva votou não. Os registros oficiais são do Senado Federal.
“Me estarrece que a senhora não se lembre que votou quatro vezes contra a CPMF”, disse Dilma Rousseff. Na saída, o presidente do PT, Rui Falcão, celebrou o que considerou uma importante vitória. “A Marina foi pega na mentira e isso já valeu o debate”.
Confira, abaixo, como foram os votos da ex-senadora nas quatro oportunidades:
Mesmo mentindo, mídia protege Marina
Pega numa situação desconfortável, Marina ontem soltou uma nota. Mais uma vez mentirosa. Disse que foi favorável à CPMF quando o assunto tramitou numa comissão do Senado. Nesta ocasião, houve apenas uma votação simbólica e quem representou o PT foi a liderança do partido no Senado – e não Marina Silva.
O fato de Marina ter sido pega na mentira foi, sem dúvida, um dos pontos altos do último debate. No entanto, chega a ser comovente o esforço dos jornais brasileiros para proteger a candidata do PSB das suas próprias fragilidades.
Na Folha, Marina foi vitimizada. Na manchete, ela, “alvo do PT”, se contradiz sobre CPMF. No Globo, também vitimizada, Marina, “após ataque”, “tenta explicar posição sobre CPMF”. No Valor, mais uma tentativa de proteção. A manchete informa que ela votou quatro vezes contra a CPMF, mas “sob orientação do PT”.
Ora, mas o discurso de Marina era justamente o de “não fazer oposição pela oposição” e de ter desafiado seu próprio partido.