Após ser bem sucedido ao pressionar Marina a mudar o programa de governo, Silas Malafaia declara apoio oficial à candidata. Antes, o líder evangélico votaria em Pastor Everaldo no 1º turno. Marco Feliciano também já havia sinalizado voto na ex-senadora
Silas Malafaia realizou um novo tuitaço nesta quinta-feira (25) para declarar apoio a Marina Silva. Com a hashtag #MARINAresistentevaiserPRESIDENTE, o pastor publicou em torno de 40 mensagens criticando o PT, Lula, Dilma Rousseff e Aécio Neves.
“Lula, Dilma e Aécio não conseguiram desconstruir a Marina. Ela vai para o 2º turno”, escreveu. “O PT está em pânico. Não conseguiram detonar a Marina. Segura aí”, disse o pastor.
Em outras mensagens de defesa a Marina Silva, Malafaia disse que “esta bandidagem que está acabando com o Brasil, em nome de Jesus, está com os dias contados”
Malafaia reiterou sua esperança na eleição da ex-senadora. “Depois de todo o massacre que sofreu nos últimos dias, Marina se mantém estável nas pesquisas. CONCLUSÃO: #MARINAresistentevaiserPRESIDENTE”, concluiu.
Há duas semanas, Malafaia já havia convocado uma manifestação para “tocar o terror” contra Dilma no Twitter. Na época, porém, o tiro saiu pela culatra e os posicionamentos contrários ao pastor alcançaram o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados da rede social.
Adeus Everaldo
Não foi só Silas Malafaia que abandonou o barco do Pastor Everaldo (PSC), da Assembleia de Deus, para publicamente se posicionar em defesa da candidatura de Marina Silva. O deputado e pastor Marco Feliciano, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, sugeriu a Everaldo que anunciasse a retirada de sua candidatura para que unissem forças e empenho em favor de Marina (veja aqui).
Polêmicas eleitorais
Silas Malafaia e Marina Silva protagonizaram um dos episódios que mais chamaram a atenção neste primeiro turno das eleições presidenciais. A candidata do PSB foi duramente criticada pelo pastor após a apresentação de seu programa de governo. O ataque do líder evangélico se deu em razão do texto que tratava de políticas LGBT e anti-homofobia. Segundo Malafaia, o texto era “mais à esquerda” e ainda pior do que as propostas de Dilma para a questão. O pastor chegou a lançar ameaças contra Marina, insinuando que colocaria a comunidade evangélica contra a candidata. Um dia depois das críticas, Marina e sua equipe voltaram atrás e anunciaram alterações no programa – despertando a simpatia de Malafaia.
Por outro lado, Marina colheu as consequências de seu ato na comunidade LGBT e foi repudiada. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou um texto (leia aqui) em que se dizia decepcionado. “Você mentiu a todos nós”, afirmou. “Você brincou com a esperança de milhões de pessoas e não merece a confiança do povo brasileiro”, concluiu indignado.
O recuo no programa de governo de Marina também causou dissidência dentro da própria campanha. O secretário nacional LGBT do PSB, Luciano Freitas, deixou a coordenação da campanha de Marina insatisfeito com a mudança no programa por pressão de setores conservadores. Freitas passou a se dedicar apenas à campanha de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco.
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