Colunista que apoia Aécio sugere a divisão do Brasil (Pragmatismo Político)
Paulinho Navarro, jornalista pró Aécio, dissemina mais ódio ao sugerir o separatismo no Brasil entre os preguiçosos do Norte e Nordeste que apoiam Dilma e os trabalhadores esclarecidos do Sul e Sudeste que estão com Aécio Neves
Paulinho Navarro, um colunista social de Minas Gerais do jornal O Tempo, publicou uma nota em que dissemina ódio e preconceito antes do resultado da eleição presidencial de 2014.
Em sua página do Facebook, Navarro sugere a divisão do Brasil, onde Dilma ficaria com as regiões Norte e Nordeste, com seus “preguiçosos eleitores bolsistas” e patrocinados pela Friboi. Aécio Neves, de acordo com o colunista, ficaria, por sua vez, com os “trabalhadores esclarecidos” que integram o Sul e o Sudeste, colocando lenha na produção do Brasil. Navarro não mencionou que a Friboi fez doações para as duas campanhas à Presidência da República.
A publicação do jornalista ganhou centenas de curtidas e compartilhamentos e pode ter contribuído para a onda de comentários raivosos que se sucedeu após a abertura das urnas, quando eleitores nordestinos de Dilma foram alvo de xingamentos racistas.
O separatismo proposto pelo colunista não retrata a realidade revelada pela votação do último domingo (5). A atual presidente e candidata a reeleição, Dilma Rousseff, obteve 43,48% dos votos válidos em Minas Gerais contra os 39,75% alcançados por Aécio Neves; a petista venceu o tucano em seu próprio berço político. Ainda na região Sudeste, Dilma venceu Aécio no Rio de Janeiro com 35,62% dos votos contra 26,93% do tucano. A vitória de Dilma no Rio Grande do Sul também faz cair por terra a tese criminosa do colunista mineiro.
Nesta segunda-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também destilou preconceito. De acordo com o ex-presidente, os eleitores de Dilma carecem de esclarecimento político. “O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados”, disse.
A julgar pelas reações acaloradas das primeiras vinte e quatro horas após o primeiro turno, tudo indica que a curta disputa de segundo turno entre PT e PSDB será de enfrentamentos rasteiros.
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