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Debate da Record foi o mais propositivo do segundo turno

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Mais ameno que os confrontos da Band e SBT, no debate da Record Dilma e Aécio discutiram economia, corrupção, saúde e segurança pública e evidenciaram suas diferentes visões sobre a agenda política do país

Candidatos diminuíram o tom no debate da Record deste domingo (19) (Foto: Ivan Pacheco)

Na noite deste domingo (19), a TV Record promoveu o terceiro debate do segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), candidatos à presidência da República. Foram três blocos de confronto direto entre os presidenciáveis e o encontro, em relação ao último embate transmitido pelo SBT, teve menos ataques mútuos e mais propostas e posicionamentos. Entre os assuntos abordados estiveram corrupção, economia, saúde, segurança pública e educação.

Aécio Neves, mais uma vez, trouxe à tona o suposto caso de desvio de recursos da Petrobras, e perguntou à presidenta sobre João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, citado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, em seus depoimentos à Justiça Federal. Dilma mais uma vez questionou o tucano sobre os escândalos de corrupção em que políticos do PSDB estão envolvidos. “O senhor não pode responder onde estão os corruptos da Pasta Rosa, da compra de votos da reeleição, do metrô e do trem de São Paulo”, afirmou.

O principal aspecto abordado em relação à economia foi inflação. A pergunta foi de Aécio Neves, que culpou a petista pela alta dos preços e mencionou o Chile como exemplo de país onde as taxas estão estáveis. “A nossa divergência em relação à inflação é que eu tenho o compromisso de combatê-la de forma drástica. Ela não está descontrolada como querem vocês”, respondeu Dilma. A presidenta não se esqueceu de falar sobre os vizinhos chilenos. “Você falou de um país que eu respeito muito, o Chile, até porque ele acolheu nossos exilados, mas ele tem o tamanho do Rio Grande do Sul”, retrucou.

Os bancos públicos também foram tema de discussão. “Quero me dirigir aos funcionários da Caixa, Banco do Brasil e BNDES: eles serão prioridade no nosso governo”, disse Neves. Em sua resposta, Rousseff lembrou gravação em que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central de FHC e ministro da Fazenda de um eventual governo Aécio, aparece dizendo não saber qual seria o futuro dos bancos públicos em sua eventual gestão. “Quando alguém diz que não sabe como vão acabar os bancos públicos, eu, se fosse funcionário da Caixa, Banco do Brasil e BNDES, ficaria com três pulgas atrás da orelha”, disse.

Saúde

Em pergunta sobre as propostas de Aécio Neves para a Saúde, Dilma Rousseff criticou a derrubada da CPMF, apoiada pelo PSDB. “Apesar disso, criamos o SAMU, o Mais Médicos, e vamos criar o Mais Especialidades. Aprovamos a Lei dos Royalties. Acredito que esse vai ser um elemento fundamental para melhorar a saúde do Brasil”, defendeu. O tucano, então, criticou o programa do governo federal. “Temos que investir nos médicos brasileiros”, considerou.

Os ânimos se acirraram quando a presidenta falou sobre Minas Gerais. “Ficou claro que o senhor não cumpriu o mínimo constitucional do investimento em Saúde”, lembrou, referindo-se às gestões de Neves como governador do estado. Ele a acusou de mentir e declarou que o Tribunal de Contas mineiro aprovou, por unanimidade, o orçamento de seu governo. Dilma não se contentou com a resposta. “O Ministério Público de Minas entrou com ação contra vocês essa semana. Desviaram R$ 7,6 milhões. Com que moral o senhor fala sobre saúde?”, concluiu.

Segurança pública

Aécio repetiu pergunta realizada no debate do SBT e, com dados da Unicef, questionou Dilma sobre o número de assassinatos de jovens no país. “Vocês investiram só 0,3% do orçamento em segurança pública. Onde falhou o seu governo no enfrentamento da violência?”, indagou.

A petista levou a discussão novamente a Minas Gerais e utilizou o Mapa da Violência para mostrar que o número de jovens mortos subiu no estado, com os homicídios crescendo 52,3% entre 2002 e 2012, contrariando tendência do restante do Sudeste. “De fato, há mães chorando em Minas Gerais”, disse.

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