Suécia é o primeiro país da Europa Ocidental a reconhecer a Palestina como Estado independente. Palestinos comemoraram decisão do governo sueco
A ministra de Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, anunciou nesta quinta-feira (30/10) que o país vai reconhecer oficialmente hoje a Palestina como Estado independente. Em artigo no jornal DN, a chanceler explicou que o objetivo do reconhecimento é “contribuir para um futuro em que Israel e Palestina vivam lado a lado em coexistência pacífica”.
O primeiro-ministro do país, Stefan Löfven, afirmou logo após ser eleito, no começo do mês, que a Suécia ia reconhecer o Estado. A oposição de esquerda representada por Löfven venceu eleições legislativas em meados de setembro passado, em meio a um aumento de votos para extrema-direita no país.
Dentro da União Europeia, alguns países como Hungria, Polônia e Eslováquia também reconhecem a Palestina, mas todos haviam decidido isso antes de passarem a fazer parte do bloco, em 2004. Assim, a Suécia passa a ser o primeiro dos membros antigos do bloco a mudar a forma de tratamento para com a região.
“Nossa decisão vem em uma hora crítica. No último ano, nós vimos como as conversas de paz emperraram novamente, como novas decisões de assentamentos na Palestina ocupada dificultaram a solução de dois Estados e como a violência retornou a Gaza. O reconhecimento de hoje é uma contribuição para um futuro melhor para uma região que já há tempo demais tem sido marcada por negociações congeladas, destruição e frustração”, afirmou a ministra no artigo de hoje.
“Há aqueles que vão argumentar que a decisão de hoje é prematura. Se muito, temo que seja muito atrasada. O governo irá agora, junto com outros países da União Europeia, os Estados Unidos e outros atores regionais e internacionais, trabalhar para apoiar negociações renovadas em um acordo de status final [para a Palestina.”
A decisão foi recebida com comemoração no território palestino.
“Apreciamos este passo e consideramos que é uma importante mídia que encoraja outros países a abordar o mesmo enfoque. Esta é a única maneira de apostar em uma paz séria na região”, declarou à Agência Efe um dos líderes da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Abed Rabbo.
Yasser, assessor do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que, “se o mundo não der passos valentes e reconhecer a Palestina, a coalizão de extrema direita em Israel continuará sua política de solapar a possibilidade de um Estado palestino mediante diferentes pretextos e desculpas”.
Opera Mundi
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