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Evo Morales é reeleito com vitória avassaladora na Bolívia

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Evo Morales é reeleito para terceiro mandato na Bolívia e governará até 2020. Pela primeira vez, líder indígena venceu no estado de Santa Cruz, antigo reduto da oposição. Governo terá maioria no Congresso

Evo Morales vence com folga as eleições presidenciais na Bolívia (divulgação)

O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi reeleito neste domingo (12/10) para o terceiro mandato de cinco anos. A contagem realizada pelo instituto Ipsos aponta que o mandatário obteve 59,7% dos votos, contra 25,1% do principal opositor, Samuel Doria Medina, que reconheceu a derrota. O MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Evo, obteve, até o momento, 80 deputados de um total de 130 e 24 senadores de 36.

Diante de uma multidão de apoiadores, Evo dedicou a vitória ao ex-presidente cubano Fidel Castro, ao falecido líder venezuelano Hugo Chávez e a todos os governos e povos “anti-imperialistas” do mundo. “Pátria sim, colônia não”, gritavam as pessoas que se reuniram na Praça Murillo para comemorar a reeleição.

A votação expressiva que obteve no departamento (estado) de Santa Cruz, antigo reduto da oposição autonomista, é inédita. Evo onseguiu 49% dos votos, contra 38% do principal opositor. Na Bolívia “não há meia lua, mas lua cheia”, disse em referência à região da “meia lua” que compreende os departamentos de Beni, Pando, Santa Cruz e Tarija. Evo venceu em oito dos nove departamentos do país. Apenas em Beni a oposição saiu vitoriosa.

Evo fez um discurso pedindo unidade ao país. “Pela Bolívia suportamos com muita paciência, não há porque comentar ou lembrar (…) Por isso os convocamos [os opositores] a somar, a trabalhar. Têm direito a discordar, mas acima disso está nossa querida Bolívia”, acrescentou.

O bom momento econômico que vive o país, com um crescimento de 6,4%, segundo estimativa do FMI, em conjunto com a melhoria dos indicadores sociais, são apontados por analistas como alguns dos motivos pelos quais o presidente goza de apoio massivo da população.

Oposição

Após o encerramento da jornada eleitoral e diante dos primeiros resultados, Doria Medina, que concorreu à presidência pela terceira vez, se pronunciou dizendo que aceita os resultados e que o voto de mais de um milhão de pessoas o consolidam como a principal força opositora.

“Nos asseguraremos que não haja mais reeleições, que haja saúde, educação, que melhore a economia do país”, disse durante discurso. Medina disse ainda que fiscalizará o governo para garantir que se “lute contra abusos” e indicou que já se prepara para as eleições regionais para governadores e prefeitos, previstas para março. “Trabalharemos para construir uma alternativa”, afirmou.

Jorge Tuto Quiroga, que ficou em terceiro colocado com aproximadamente 9% dos votos, disse que honrará os votos que recebeu fazendo oposição no Congresso para evitar que Evo “se perpetue no poder”.

Repercussão

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comemorou a vitória e fez referências a outros líderes latino-americanos. “Viva a Bolívia, viva Tupac Katari, viva Simón Bolívar, viva Sucre, viva Hugo Chávez, viva Fidel, viva Evo”, escreveu no Twitter.

O mandatário cubano, Raúl Castro, também parabenizou Evo e elogiou o que chamou de “processo de transformações na Bolívia”. Já o líder uruguaio José “Pepe” Mujica, ligou para Evo para felicitá-lo e destacar o tempo vigente de “rebelião e revolução” na Bolívia e por extensão, na América Latina.

Cristina Kirchner, presidente argentina, também conversou com Evo por telefone para parabenizá-lo em nome próprio e do povo argentino.

Os presidentes de Nicarágua, Daniel Ortega e El Salvador, Sánchez Cerén, também enviaram mensagens de apoio e cumprimento pela vitória, assim como o ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, que classificou a reeleição como êxito do “processo de revolução a favor do povo”.

Opera Mundi

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