Jornal afasta colunista que sugeriu "trancar as domésticas no dia da eleição"
Colunista que ataca pobres e nordestinos é afastado de jornal. Ao defender voto contra Dilma no próximo domingo, Anderson Magalhães sugeriu que "tranquemos em casa nossas empregadas" e não deixemos que os porteiros saiam dos prédios
O colunista social Anderson Magalhães foi afastado do jornal O Diário de Mogi, do município de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, depois de ter publicado uma coluna defendendo voto contra o PT e ofendendo nordestinos, pobres e empregadas domésticas na edição nº 15 da revista Actual Magazine, que circula na região.
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Em seu texto, intitulado “Desespero”, ele prega voto contra o PT no próximo domingo 26, sugere “trancar nossas ‘secretárias do lar’ em casa, interditar as casas de forró e proibir os porteiros de saírem dos prédios”. Defende que Salvador viva apenas do que produz: dendê, cocada e Luiz Caldas. E que os pernambucanos sejam sustentados apenas de R$ 97 do Bolsa Família e dos direitos autorais de “Morena Tropicana”, música de Alceu Valença.
O colunista idealiza ainda que os estados nordestinos de Alagoas, Piauí e Maranhão fiquem de fora do cenário eleitoral “por falta de fórum privilegiado” e que o voto desses estados só seja validado caso a população formule “uma frase inteira sem erros de concordância e com todos os plurais”. Esquece, porém, de colocar plural em uma frase da própria coluna, quando pede que “Dilma e sua corja perca seus votos” – quando o correto seria “percam”.
Depois da publicação da coluna, Magalhães publicou em suas redes sociais que havia sido “mal interpretado” e que sua intenção era apenas a de ser “irônico”. Em nota, o jornal afirma que “discorda totalmente das opiniões emitidas pelo colunista”, informa não ter responsabilidade pelo conteúdo veiculado na revista e diz que Anderson Magalhães “não é mais colunista deste jornal”, onde assinava a coluna “Beatz”.
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Em artigo anterior, também na Actual Magazine, o colunista já havia manifestado seu mal estar com os brasileiros que passaram a andar de avião. “E tudo isso começou quando Lula e sua equipe — todos muito acostumados a andar de ônibus desde os tempos de calango — chegaram ao poder”, escreve, saudosista: “Foi-se o tempo que bastava apenas chegar ao guichê, comprar a passagem e embarcar…”. O cenário atual, para ele, é um terror: “Hoje é gente brotando dos ralos e carregando aquelas sacolas plásticas lotadas de cacarecos comprados em camelô e nos mercados de genéricos. O Brasil virou uma grande loja de R$ 1,99. Pelo menos é o que eu vejo nos aeroportos”
Brasil 247