Redação Pragmatismo
Racismo não 10/Out/2014 às 17:28 COMENTÁRIOS
Racismo não

Ministério Público pede condenação de internauta por racismo

Publicado em 10 Out, 2014 às 17h28

Internauta pode ser punida por mensagem racista. Usuária do Facebook disse que algumas pessoas deviam “permanecer no tronco”

racismo ministério público

O Ministério Público Federal pediu a condenação de Kenya Mayrink, usuária do Facebook acusada de postar mensagens racistas na rede social. A Procuradoria Regional da República na 2ª Região (PRR2) apoiou.

A internauta publicou em seu Facebook comentários preconceituosos contra negros: “#odeioocentrode qqcidade #odeio esse lugar As vezes entendo o preconceito tem gente que devia permanecer no tronco ! Pessoas ignorantes ECA”, divulgou em outubro de 2012. Em seguida, comentou a uma resposta da sua publicação: “tenho muitos amigos afro descendentes e não generalizei em momento algum !!! Não tenho preconceito, disse q entendo algumas vezes… Saibam ler as coisas antes de criticar… Mas tenho pavor a ignorância e infelizmente tem alguns negros q não podem msm ter nenhuma posição… E todos nos sabemos disso ! Não sejamos hipócritas !!!!”.

O procurador regional da República, José Augusto Vagos, afirmou em parecer que a absolvição de Kenya Mayrink, determinada pela Justiça, se dava em duas premissas equivocadas: a de que a postagem de Kenya foi tirada de contexto pela usuária Mariângela Honorato, que a divulgou, e a de que essa divulgação deu maior visibilidade ao fato.

Outro argumento usado pela justiça de primeira instância foi que a conduta de vida da ré não indica que ela seja preconceituosa. “O fato de não ter a ré antecedentes específicos ou histórico de práticas discriminatórias não lhe garante um salvo conduto para que possa perpetrar ato de discriminação, ainda que seja um fato isolado. Nada obsta a persecução do crime imputado na denúncia por ser a ré primária, da mesma forma que a lei impõe a punição de um furto, ainda que praticado por agente que nunca tenha furtado anteriormente”, sustentou o procurador regional.

A defesa da internauta alegou que o comentário foi um desabafo a um desrespeito sofrido por Keny por um vigilante dos Correios. Entretanto, a PRR2 ainda afirmou que esse contexto não justifica a conduta, que manifestou um “sentimento depreciativo em relação a toda uma raça”.

O parecer da Procuradoria será analisado pelo desembargador Abel Gomes, o relator da apelação criminal.

Jornal GGN

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