Categories: Eleições 2014

Outros figurões do PSDB receberam propina milionária, diz auxiliar de Youssef

Share

Auxiliar do doleiro Alberto Youssef revela em depoimento à Justiça Federal que, além do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, outros políticos tucanos também receberam propina em esquema da Petrobras

O doleiro Alberto Youssef (ao centro) quando foi preso pela Polícia Federal

Um auxiliar do doleiro Alberto Youssef disse em depoimento à Justiça federal nesta segunda-feira (20) que outros parlamentares do PSDB receberam propina do esquema além do senador Sérgio Guerra, morto em março deste ano. A informação é do advogado Haroldo Nater, que defende o empresário Leonardo Meirelles, acusado de ter feito remessas ilegais para o doleiro, e foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Meirelles não foi autorizado pelo juiz Sergio Moro a citar nomes, mas deu uma pista de quem seria um dos parlamentares do PSDB, segundo Nater: afirmou que ele era da mesma região de Youssef. O doleiro nasceu em Londrina, no Paraná.

O juiz não autorizou a menção a nomes de deputados e senadores porque eles têm direito a foro privilegiado e só podem ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal.

Meirelles, ainda segundo seu advogado, soube desses pagamentos porque frequentava o escritório de Youssef na região em São Paulo. Meirelles é um dos donos da Labogen, uma das empresas que foi usada pelo doleiro para remeter US$ 444,7 milhões ao exterior, o equivalente hoje a R$ 1,1 bilhão.

Na última quinta (16) o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Sergio Guerra no seu acordo de delação premiada como beneficiário de propina para esvaziar a CPI da Petrobras, no final de 2009. À época, Guerra era presidente do PSDB. Ele morreu em março deste ano, vítima de câncer de pulmão.

A CPI da Petrobras começou e julho de 2009 e acabou em dezembro sem comprovar nenhuma das suspeitas de desvios e superfaturamento que surgiram quando a comissão foi instalada, em março daquele ano.

Guerra (PSDB-PE) e outro senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR) deixaram a CPI no final de outubro dizendo que o rolo compressor do governo barrava investigações sérias.

Segundo Costa, o então presidente do PSDB recebeu R$ 10 milhões para usar na campanha eleitoral para deputado federal em 2010. O tucano foi eleito como o sexto mais votado em Pernambuco.

Folhapress

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook.