Em desabafo, professor concursado em Minas Gerais chama Aécio de carrasco e diz que o governo do tucano “promoveu a covardia institucional e a semiescravidão dos educadores”
Bellini Rosário da Fonesca*
Este texto é para ti, Aécio Neves, carrasco dos educadores em Minas Gerais.
Hoje é dia do professor e sinto-me extremamente humilhado por ser educador e ainda não ver meus direitos reconhecidos nesse governo tucano que promoveu a covardia institucional e a semiescravidão em nossos quadros.
Em 2007, o então governador Aécio Neves sancionou uma arbitrária lei denominada LEI 100. O que significa? Essa lei tornava efetivados todos os servidores que estivessem em exercício nas escolas públicas estaduais no presente dia da publicação do dispositivo.
Simplesmente, o então governador passou em cima da prerrogativa da Constituição que estabelece (a única forma de ingresso permanente no serviço público é via concurso). O coronel simplesmente entregou uma esmola e um presente de grego a seus subordinados, porque este ano, o STF determinou que todos os que foram efetivados de forma fraudulenta fossem demitidos. Existe aí um grande problema, porque, por um lado, dezenas de milhares de professores perderão seus empregos nas próximas semanas, e por outro, o governo tucano protela em nos nomear.
VEJA TAMBÉM: Professores de Minas Gerais alertam sobre riscos de eleger Aécio Neves
Estudei com determinação para o concurso em 2012 e fui aprovado. Mesmo assim, ainda não fui nomeado e empossado devido a esta covardia do nosso ex-governador Aécio Neves.
Outra questão diz respeito ao status de coronel que foi dado às diretoras de escola que abusaram de sua autoridade, levando professores e serviços gerais a passarem toda forma de humilhação, assim como um salário de fome que não cumpre a determinação do Ministério da Educação, em relação ao piso salarial da categoria.
Poderia ficar longas linhas a dizer de toda covardia que sofremos por aqui, como a tal mentirosa meritocracia, pois este indivíduo acabou com nosso biênio e quinquênio e diz que paga bônus para as escolas que obtiverem êxito em sua provinha de fachada.
Sou professor aprovado dentro do quadro de vagas no último concurso público e exijo meus direitos, exijo que a lei seja cumprida, pois não é pedir favor a ninguém. Se estou aprovado foi por mérito meu e quero ainda fazer minha pós graduação, Mestrado e Doutorado. Mas como posso estudar se sou concursado e ainda vivo de contrato? Se vejo meus colegas que cumprem tripla jornada merendarem as sobras dos alunos, mesmo assim sem nenhuma inspetora os vir merendando.
Estou muito triste e dispenso qualquer saudação neste dia. Penso que a melhor maneira de nos respeitar é dizer um grande NÃO a este sujeito, no dia das eleições. Dizer a ele que o Brasil, a duras penas, está mudando e que a Constituição Federal deve ser respeitada.
Deixo aqui meu desabafo como forma de alerta para que não repitamos o erro de votar nesses inimigos da democracia disfarçados de pai dos pobres.
A melhor maneira de um aluno ou ex-aluno me homenagear é não votar nesse escravagista para que nossa profissão possa ter reconhecimento e que, então, eu não tenha tanta vergonha de ser professor quando somente tenho lutado por dignidade e melhores dias. Muito triste e espero verdadeiramente que o futuro não repita os erros deste tenebroso passado.
*Bellini Rosário da Fonesca, professor concursado, mas que se encontra contratado em uma escola pública devido aos desmandos do governo Aécio
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook.