Direito de resposta ao PT nas páginas da revista Veja, concedido pelo TSE por 7 votos a 0, é cassado pelo ministro Gilmar Mendes. Presidente do partido publica nota de repúdio: "é uma vergonha para as instituições do nosso país"
Uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu, nesta quinta-feira, o direito de resposta ao PT na revista “Veja” concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por 7 votos a 0. A resposta, que seria de uma página, publicada na próxima edição, se referia a texto publicado pela revista no dia 13 de setembro com o título “O PT sob chantagem”.
A reportagem acusava o partido de pagar propina para “comprar o silêncio de um grupo de criminosos” para evitar o envolvimento de seus integrantes no escândalo da Petrobras. Também dizia que dinheiro desviado da estatal teria sido usado para calar um empresário que ameaçava envolver lideranças petistas no assassinato, em 2002, do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
O TSE entendeu, por unanimidade, que a revista divulgou uma “ofensa” ao PT sem comprovar as informações. Mendes – que também integra o TSE – não participou do julgamento no dia.
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Na liminar que suspende a decisão da Justiça Eleitoral, o ministro afirma que a revista revelou no texto as fontes nas quais se baseou e seria “impossível” afirmar, neste momento, que os fatos descritos pela reportagem sejam “inverídicos”, como fez a corte eleitoral.
O presidente do PT, Rui Falcão, divulgou uma dura nota contra o ministro Gilmar Mendes, que anulou, com uma liminar, decisão do TSE, por 7 a 0, que obrigava a revista Veja a publicar direito de resposta favorável ao PT. Leia abaixo:
A liminar do ministro Gilmar Mendes que anulou decisão do Tribunal Superior Eleitoral favorável ao direito de resposta que o PT havia obtido para se defender de acusações torpes e sem provas é uma vergonha para as instituições do nosso país. O ministro Mendes desqualificou decisão unânime da qual participaram três ministros do Supremo Tribunal Federal e outros integrantes da corte eleitoral. E que contou com parecer favorável do procurador-geral da República. O PT lamenta a decisão do ministro e reitera que continuará a buscar justiça sempre que mentiras forem assacadas contra o partido.
Rui Falcão, presidente nacional do PT
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