Categories: Eleições 2014

Xico Sá pede demissão da Folha após ser censurado por apoiar Dilma

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Xico Sá pede demissão da Folha de S.Paulo depois de ter um artigo censurado pelo jornal. No texto, o jornalista e escritor declarava voto em Dilma neste 2º turno e explicava as suas razões

Xico Sá afirmou ainda que a grande mídia do Brasil só tem interesse em atacar e denunciar um lado (Edição: Pragmatismo Político)

O jornalista e escritor Xico Sá pediu demissão da Folha de S. Paulo depois de ter tido um artigo vetado pelo jornal. Na coluna, que seria publicada no sábado 11, no caderno Esporte, ele declarava seu voto na presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.

No sábado, Xico Sá disparou ataques contra o que chamou de “imprensa burguesa” e contra o candidato Aécio Neves (PSDB) em sua página no Twitter. Ele também declarou seu voto em Dilma na rede social.

“Foda-se o PT, a merda é q ñ há a mínima manchete contra os outros. Aí tá a putaria jornalística e eu, lá de dentro, sei como funciona”, escreveu Xico Sá no Twitter. “Amo encher a boca e dizer IMPRENSA BURGUESA. É q só há um lado a foder, nisso é desonesta, escrota, fdp. Pq ñ investigar todos?”, questionou em seguida.

“Nego acha q por trabalhar na imprensa burguesa desde os 18 anos ñ posso ser contra a orientação política dos chefes. Oxe, aí q devo ser mesmo. Um dia ainda vou contar tudo q a imprensa ñ deixa sair se for contra a orientação política dos grandes jornais. Só podem os reinaldões etc”, ameaçou, citando o colunista Reinaldo Azevedo, de Veja.

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Sobre as eleições, publicou: “Façam bonito, vcs são do jogo, mas o governo brasileiro foi muito importante para o meu povo e eu estou com meu povo. Dilma é foda!!!”. E ainda: “se fosse votar por vcs burgueses era Aécio até o talo; mas como prefiro votar pelo meu povo da porra e q necessita, é Dilma, carajo”. Xico Sá criticou Aécio e perguntou: “na boa, do fundo del corazón, como alguém pode votar em Aécio? juro q não vou julgá-lo por nenhuma das 50 escrotidões q poderia julgá-lo”.

Xico ainda fez restrições sobre a cobertura eleitoral: “lindo qdo um menino d hj fala no roubo do PT, sobre o qual há dúvida, e mal sabe q fui repórter d política e provei muitos roubos do PSDB”.

Caso Maria Rita Kehl

O episódio de Xico Sá, em certa medida, lembra o ocorrido há pouco mais de quatro anos, em 6 de outubro de 2010, com a psicanalista Maria Rita Kehl. Ela foi demitida do jornal O Estado de S. Paulo depois de escrever um artigo, publicado na véspera, sobre “desqualificação” dos votos das pessoas pobres. Na ocasião, deu entrevista ao repórter Bob Fernandes, no portal Terra Magazine, e disse ter sido dispensada por um “delito” de opinião.

O artigo, intitulado Dois Pesos…, terminava assim: “Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do país, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos”.

Na entrevista, Maria Rita chegou a declarar que considerava um “erro estratégico” do governo queixar-se da imprensa, mas também não conhecia nenhuma ação concreta do governo para cercear a mídia. Por outro lado, acrescentou: “A imprensa, que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um ‘delito’ de opinião”.

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