Dobra o número de norte-americanos que imigram para a América Latina
Número de norte-americanos que imigraram para países da América Latina e do Caribe dobrou na última década, revela estudo. A situação seria resultado da crise econômica que atravessou os EUA
Segundo estudo realizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o número de pessoas naturais dos Estados Unidos que imigraram para países da América Latina e do Caribe dobrou na última década. A situação seria resultado da crise econômica que atravessou o país, diz o estudo intitulado “Tendências e padrões da imigração latino-americana e caribenha de 2010 e desafios para uma agenda regional”.
O levantamento feito pela Cepal mostra que a imigração de norte-americanos para a América Latina se dá em todos os países, menos a Venezuela. No México, o censo de 2010 registrou a entrada de 740 mil cidadãos dos EUA, um aumento de 106%. Na República Dominicana, o crescimento registrado foi de 712%, com a chegada de 24,5 mil norte-americanos. Na Argentina, o número subiu 81%, além de 93% no Uruguai e 68,6% no Brasil.
A Cepal aponta uma tendência no crescimento de intercâmbio inter-regional, que aumentou 3,5%. Argentinos, venezuelanos, costarriquenhos e dominicanos foram os que mais se deslocaram dentro da região. Brasil e México possuem, na ultima década, um fluxo migratório predominante, não proveniente da América Latina e Caribe. No Brasil, prevaleceu a vinda de portugueses e, no México, de norte-americanos.
O estudo constata uma contradição: ao mesmo tempo em que as trocas de informação e comércio se tornam mais densas, cria-se cada vez mais barreiras para impedir a circulação de pessoas. As políticas anti-imigratórias não impedem a circulação das pessoas entre os países, porém, cria uma situação de ilegalidade com menos direitos e condições precárias de vida e trabalho.