Futuro da integração regional foi salvo pelos últimos resultados das urnas, diz professor. Vitórias de Dilma, Evo Morales e vantagem do sucessor de Mujica no Uruguai representam fortalecimento do Mercosul e da Unasul
A América Latina passou por diversos processos eleitorais em 2014. Além do Brasil, Bolívia, El Salvador, Costa Rica, Panamá e Colômbia escolheram seus novos mandatários, faltando apenas o Uruguai, que deve realizar seu segundo turno ainda neste mês.
Para o professor de Relações Internacionais de Universidade Federal do ABC Igor Fuser o recado que as urnas deram com a vitória de Evo Morales com mais de 60% na Bolívia, de Dilma Rousseff no Brasil e a ampla vantagem que o candidato da Frente Ampla Tabaré Vazques tem para o segundo turno no Uruguai foi que o ciclo progressista no continente vai continuar.
“Claro que as realidades dos países são diferentes, mas se você pegar um denominador comum, podemos apontar que aquele ciclo de governo mais a esquerda que teve início com primeira eleição de Chávez na Venezuela em 1998, foi confirmado nas urnas, ao contrário do que muitos analistas afirmavam”, comentou em entrevista ao site Candeia.
O futuro da integração regional
Para muitos analistas, a política externa era o que mais afastava os programas de governo de Dilma e Aécio. Enquanto a primeira significava uma continuidade de política mais voltada à integração sul-americana, o tucano pensava em um alinhamento com os Estados Unidos.
“Estava muito claro que uma eventual vitória das forças de direita significaria um grave retrocesso em tudo que avançamos nessa área nos últimos 15 anos. O Mercosul, a Unasul e outras iniciativas de integração tenderia a um esvaziamento até se tornarem completamente irrelevantes. Eles foram salvos pelo resultado nas urnas”, disse.
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