Redação Pragmatismo
Direita 04/Nov/2014 às 10:59 COMENTÁRIOS
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Fundamentalistas querem interferência dos EUA nos rumos políticos do Brasil

Publicado em 04 Nov, 2014 às 10h59

1964 ou 2014? Brasileiros criam petição no site da Casa Branca e pedem “ajuda” a Barack Obama para que se evite a “expansão comunista bolivariana no Brasil”

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Opositores querem intervenção dos EUA no que chamam de “expansão comunista no Brasil” (Imagem: Pragmatismo Político)

GGN

Opositores ao governo Dilma Rousseff (PT) resolveram reportar o desapontamento acerca da reeleição da petista à Presidência dos Estados Unidos. Em 28 de outubro, apenas dois dias após Dilma derrotar Aécio Neves (PSDB) nas urnas, uma petição foi criada no portal We The People, da Casa Branca, com a intenção de arrancar de Barack Obama uma posição contra a “expansão comunista e bolivariana no Brasil, promovido pela administração de Dilma Rousseff”.

“Dilma Rousseff foi reeleita e continuará o plano de seu partido para estabelecer um regime comunista no Brasil – aos moldes bolivarianos propostos pelo Foro de São Paulo”, diz a petição, citando a organização que, há décadas, discute uma melhor interação entre os países da América Latina, com forte discurso contrário ao imperialismo estadunidense e ao intervencionismo.

VEJA TAMBÉM: O medo do comunismo e a paranoia de pessoas supostamente bem informadas

“Sabemos que, aos olhos da comunidade internacional, a eleição foi plenamente democrática, mas as urnas utilizadas não são de confiança, além do fato de os chefes do Poder Judiciário serem na sua maioria membros do partido vencedor. As políticas sociais também influenciaram a escolha do presidente, e as pessoas foram ameaçadas de perder o seu subsídio de alimentação se não reelegessem Dilma”, continua.

“Clamamos por uma posição da Casa Branca em relação à expansão comunista na América Latina. O Brasil não quer e não vai ser uma nova Venezuela, e os EUA precisam ajudar, como promotores da democracia e da liberdade no Brasil”, completa.

No início desta terça-feira (4), a petição já havia angariado 100 mil assinaturas. De acordo com as regras do portal We The People, “se uma petição recebe apoio suficiente, um funcionário da Casa Branca irá analisá-la e certificar-se de que será enviada para os especialistas em políticas públicas apropriados, e emitir uma resposta oficial.” No caso, isso pode acontecer quando o documento ultrapassa as 100 mil assinaturas.

Mas ainda é possível que a petição feita contra o governo Dilma não seja atendida por ferir a política de uso da plataforma. Consta no We The People que o criador da petição se compromete em não criar um documento com propostas ou solicitações que “pedem expressamente o apoio ou a oposição de candidatos a cargos eletivos, petições que não fazer abordar as ações ou políticas do governo federal atual ou potencial, ou petições que tratam de um tema não incluído em nós, o povo , no momento a petição foi criada.”

Manifestações aleatórias

O We The People foi criado durante a gestão Obama, para que os estadunidenses possam enviar diretamente suas demandas e pautas de interesse nacional ao presidente. Apesar disso, o canal acabou virando alvo de manifestações que fogem à competência da Casa Branca.

Em abril deste ano, o governo Obama se viu obrigado a responder a uma petição que atingiu mais de 275 mil assinaturas, solicitando que o músico canadense Justin Bieber fosse deportado por exercer má influência sobre a juventude. Em janeiro do ano anterior, a Casa Branca também teve de rebater uma petição que solicitava a construção de uma Estrela da Morte nos moldes do clássico “Guerra nas Estrelas”. Nas duas situações, o governo Obama saiu pela tangente.

Intervenção e impeachment

Desde que Dilma foi reeleita, algumas manifestações de direita eclodiram nas ruas, com pedidos de impeachment da presidente ou a intervenção militar. Especialistas criticam a postura do PSDB, partido que lidera a oposição, por não ter se posicionado veementemente contrário a esse tipo de protesto. De quebra, a legenda ainda pediu a recontagem de votos ao Tribunal Superior Eleitoral, com base na preocupação de parte da sociedade brasileira quanto à possibilidade de fraude nas urnas.

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