Bateria de faculdade de medicina da USP Ribeirão Preto é acusada de racismo. Hino cantado por alunos chama negras de ‘fedorentas’ e ‘imundas’
Denúncias de racismo, xenofobia, sexismo, homofobia e outras formas de violência em uma das mais importantes faculdades de medicina do país foram apresentadas nesta terça-feira (11), na Comissão de Direitos Humanos da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que realizou uma audiência pública para tratar de casos de violações supostamente praticados na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
A “morena gostosa”, a “loirinha bunduda” e a “preta imunda”. É assim que um hino da bateria da faculdade de medicina da USP Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), chamada Batesão, se refere às mulheres.
A música, que fala de de loira e morena, fica mais agressiva ao se referir à mulher negra, que é tratada como “preta imunda” e “fedorenta”. A música cantada em jogos universitários e durante festas da faculdade e foi divulgada neste ano em um manual para calouros do curso, junto com camisetas da atlética da medicina.
A letra na íntegra não é passível de publicação por causa de seu alto teor sexual.
Ninguém da Atlética Acadêmica Rocha Lima, da medicina, quis se pronunciar sobre o material e as acusações. A Bateria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Batesão) publicou uma nota de retratação em sua página no Facebook.
USP repudia discriminação
A USP São Paulo afirmou em nota que é contra qualquer forma de violência e discriminação. De acordo com a universidade, “a cultura da instituição é baseada na tolerância e respeito mútuos, valores que são passados aos seus alunos”.
A instituição ainda diz que foi formada recentemente uma Comissão com docentes, alunos e funcionários com o objetivo de propor ações para resolver problemas relacionados às questões de violência e preconceito, além do consumo de álcool e drogas.
O vice-diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Hélio Cesar Salgado, afirmou, em nota, que está surpreso com a existência dessa letra de música. De acordo com Salgado, essa atitude é repudiada e que o fato será devidamente examinado pela direção da faculdade.
com Folha e R7
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