Dois homens ganham a liberdade após 39 anos presos injustamente. Eles estiveram a um fio de perderem as suas vidas na cadeira elétrica. A testemunha admitiu que foi forçada pela polícia a afirmar que Ricky Jackson e Wiley Bridgeman foram responsáveis por um assassinato ocorrido em 1975
Durante a luta dos negros em defesa de seus direitos civis, entre os anos 1960 e 1970, nos Estados Unidos, o FBI, em conjunto com as polícias de cada estado, promoveram uma verdadeira caça à população negra, independente da existência ou não de crime.
Desde a queda das leis de segregação racial, foram aparecendo diversos casos de gente presa que teve seu processo constituído com base em testemunhos falsos, geralmente conduzidos e coagidos pela própria polícia.
É um método tradicional usado pela polícia dos EUA, no Brasil e em quase todos os países. O testemunho ou a confissão feita sob tortura ou ameaça.
Foi o caso de Wiley Bridgeman e Ricky Jackson. Um garoto, com 13 anos em 1975, testemunhou contra os dois, então jovens, afirmando que eles haviam matado um empresário branco Harry Franks em 19 de maio de 1975, em Cleveland, junto com o também preso irmão de Bridgeman.
Os três estiveram por um fio para perderem suas vidas na cadeira elétrica. Foram sentenciados, naquela época, à pena de morte. Contudo, a lei capital de Ohio foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte dos EUA em 1978.
As penas, em virtude da inconstitucionalidade da lei, foram convertidas em prisão perpétua. E só em 2011 foi levantada uma suspeita sobre a prisão dos rapazes, através de uma reportagem publicada na revista Scene em 2011.
Essa reportagem questionava, principalmente, o depoimento de Eddie Vernon. Vernon, que agora tem 52 anos, descreveu recentemente, em audiência, as ameaças da polícia para que ele testemunhasse contra os três. Foi esse depoimento que libertou Wiley e Rick. O Irmão de Wiley já havia sido solto em 2003, tendo em vista a fraude do processo com relação ao seu caso.
Emoção
“A língua inglesa nem serve para descrever o que estou sentindo”, disse Jackson à imprensa. “Estou eufórico. Você se senta na prisão por tanto tempo e pensa nesse dia, mas quando ele realmente chega você não sabe o que vai fazer, você apenas quer fazer alguma coisa”.
Wiley Bridgeman afirmou nunca ter perdido a esperança de que seria libertado um dia. “Você continua lutando, continua tentando”, disse, emocionado
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