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Marcha pelo golpe é marcada por confusão em São Paulo

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Convocada por Bolsonaro, Constantino e Lobão, marcha pelo impeachment de Dilma foi marcada por confrontos entre diferentes grupos de direita e público aquém do esperado. Expectativa dos organizadores era de reunir até 150 mil pessoas

Marcha pelo impeachment de Dilma é marcada por divergências entre manifestantes. Grupos pediram intervenção militar (Foto:Eduardo Enomoto/R7)

Foi aquém do esperado o alcance do protesto que pediu o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em São Paulo, na avenida Paulista. Manifestantes gritaram palavras de ordem e empunharam cartazes com mensagens como “Fora Dilma”, “Lula, a PF está chegando” e “Collor e Nixon caíram por muito menos”.

A manifestação, no entanto, foi marcada pela divergência de ideias, uma vez que as pautas estavam divididas entre os participantes. Um carro de som puxava gritos de guerra pedindo um golpe militar no Brasil, enquanto outro carro afirmava ser contra a ideia e a favor ‘apenas’ do impeachment de Dilma.

Segundo a Polícia Militar, 2.500 pessoas se concentraram na avenida Paulista e cerca de 1.000 seguiram até a praça da Sé. A PM havia estimado anteriormente a presença de 6.000 pessoas, mas a assessoria de imprensa da corporação refez a estimativa. Organizadores falavam em expectativa de até 150 mil manifestantes antes do ato.

Lobão

O cantor Lobão, que chegou a dizer que deixaria o Brasil caso Dilma Rousseff fosse reeleita, mas depois voltou atrás, relatou em seu perfil oficial no Twitter que foi à manifestação. No entanto, ele afirma que deixou o vão do Masp, ponto de encontro do ato, após se deparar com dizeres pedindo intervenção militar.

“Tô fora! Não sou moleque, nem o povo brasileiro! Gente, não compactuem com essa imoralidade!”, disse. “Estou aqui nos arredores da Paulista aguardando alguma notícia para retornar, mas estão distribuindo panfletos com SOS Forças Armadas”.

O músico também relatou “um monte de gente indo embora desapontadíssima com essa invasão de cretinos da extrema direita (…) Esses cretinos pedindo por intervenção militar são verdadeiros usurpadores da vontade do povo!”

Aloysio Nunes e Bolsonaros

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi candidato à vice-presidência na chapa de Aécio Neves, participou do evento. Segundo o tucano, o protesto “é uma oportunidade da população protestar contra os recentes escândalos da Petrobras”.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por posições homofóbicas, e o filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) acompanharam a manifestação em um dos cinco carros de som que andaram no sentido da avenida Brigadeiro Luis Antônio.

O protesto teve também o apoio de expoentes da nova direita brasileira, como o colunista da revista Veja Rodrigo Constantino e Danilo Gentili, apresentador do SBT.

Manifestação de quinta-feira

Na última quinta-feira (13), uma manifestação maior foi realizada na Avenida Paulista. Mesmo de baixo de forte chuva, cerca de 12 mil pessoas, de acordo com estimativas da PM, pediram reformas populares, como a urbana, tributária e a política, além de protestaram contra os pedidos de intervenção militar aclamados pelas passeatas organizadas por grupos conservadores.

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