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Merval Pereira e Ferreira Gullar querem repetir 1964

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Merval Pereira e Ferreira Gullar utilizam o mesmo argumento que a Rede Globo usava em 1964 para defender o regime militar e a derrubada de João Goulart

Merval Pereira e Ferreira Gullar (Imagem: Pragmatismo Político)

O jornalista Merval Pereira, colunista do Globo e nome da casa mais alinhado com o PSDB e com os irmãos Marinho, publicou, nesta terça-feira, uma coluna que funciona como uma espécie de roteiro do golpe para a derrubada da presidente Dilma Rousseff.

Embora o texto se chame “Sem golpismos”, é justamente do golpe contra uma presidente reeleita há menos de um mês que ele trata. Um escárnio.

Merval percorre a mesma seara aberta no fim de semana por outro colunista conservador, o poeta Ferreira Gullar, que, no fim de semana defendeu uma espécie de “golpe democrático”, como se ele fosse necessário para “salvar a democracia” – exatamente o mesmo argumento que o Globo usava em 1964 para defender o regime militar e a derrubada de João Goulart.

Os dois colunistas, tanto Merval quanto Gullar, fazem um gesto de sedução ao PMDB. Na sua coluna no fim de semana, o poeta afirmou que seria necessário cooptar forças ainda alinhadas com o petismo. Merval, por sua vez, fala em dois caminhos para o impeachment, que ele parece ver como inevitável.

No primeiro modelo de impeachment, tanto a presidente Dilma quanto o vice Michel Temer seriam atingidos pelo furacão. Neste caso, a acusação estaria relacionada ao financiamento da campanha eleitoral. “No caso da presidente Dilma, no entanto, se a acusação for o financiamento da campanha eleitoral por dinheiro ilegal provindo do petrolão, também o vice Michel Temer estará impedido, pois é a chapa que será impugnada”, diz Merval, lembrando, que, neste caso, haveria novas eleições em 90 dias.

No entanto, Merval propõe um golpe mais palatável para o PMDB e mais sedutor para Michel Temer. “Caso, porém, a acusação contra a presidente for por crime de responsabilidade pela sua atuação no caso da Petrobras, apenas ela será impedida, podendo assumir o vice-presidente Michel Temer”, diz ele.

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