Multidão vai às ruas em 170 cidades dos EUA após decisão em Ferguson
Em 2º dia de protestos por morte em Ferguson, multidão vai às ruas em 170 cidades dos EUA. Manifestações foram deflagaradas após Justiça do país negar indiciamento criminal do policial que atirou no jovem negro Michael Brown
No segundo dia de manifestações nos Estados Unidos por conta da morte do jovem negro Michael Brown em Ferguson, os protestos se estenderam nesta quarta-feira (26/11) para mais de 170 cidades espalhadas em 37 estados do país.
Milhares de pessoas foram às ruas interditando estradas e pontes para pedir justiça, após o Judiciário norte-americano decidir não indiciar o policial Darren Wilson, responsável pelos seis disparos que mataram Michael Brown, desarmado, no mês de agosto.
Na cidade de Ferguson, no estado do Missouri, as forças de segurança locais usaram bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão que protestava. O levante de manifestações registrou, em alguns casos, episódios de maior violência: uma viatura da polícia foi incendiada nesta segunda noite de protestos, por exemplo.
No total, a Guarda Nacional, destacada para patrulhar a região, enviou 2 mil efetivos a Ferguson. Embora a polícia local descreva a madrugada desta quarta como “muito mais tranquila”, 44 pessoas foram detidas pelas autoridades.
Ao redor do país, Washington, Nova York, Los Angeles, Atlanta, Boston, Filadélfia, Oakland e Seattle foram as cidades onde aconteceram as maiores concentrações, que se desenvolveram de forma majoritariamente pacífica, salvo por alguns incidentes isolados e detenções.
As grandes cidades de todo o país estão em alerta por possíveis distúrbios desde a noite de segunda-feira, quando se soube que o agente Darren Wilson continuará livre e não será processado depois que o grande júri do condado de Saint Louis, no Missouri, concluiu que não existem provas suficientes para sua acusação.
Obama
Também hoje, o presidente Barack Obama afirmou que “não há desculpa” para os “atos destrutivos” registrados em Ferguson. No entanto, o chefe da Casa Branca destacou que esse mal-estar social “está enraizado em realidades” que datam de tempos atrás, e aplaudiu as manifestações pacíficas que também foram realizadas.
“Queimar edifícios, incendiar veículos, destruir propriedades pondo as pessoas em risco é destrutivo, e não há desculpa para isso. Esses são atos criminosos, e as pessoas devem ser acusadas se estiveram em atos delitivos”, disse o presidente em Chicago, antes de começar o discurso que tinha previsto para abordar o sistema migratório.
O caso
A morte de Michael Brown em agosto reacendeu a discussão em torno do racismo em forma de violência policial nos Estados Unidos e provocou uma série de protestos em Ferguson. Devido à situação na cidade, o presidente do país, Barack Obama, anunciou uma investigação profunda e independente.
A autópsia feita a pedido da família de Brown revelou que o jovem foi executado com pelo menos seis tiros, sendo dois na cabeça. A confirmação contrasta com a tese apresentada pelos policiais de que Brown teria resistido à prisão. Até o momento, não há informações oficiais de quais circunstâncias motivaram Darren Wilson atirar contra o jovem.
Opera Mundi e Agência Efe