Pai tortura e mata estuprador da filha na Índia
Pai convida estuprador da filha para um jantar e queima seus genitais. Caso gerou repercussão na Índia e muitos descrevem o pai como um "herói que fez o que tinha que ser feito". Ele se entregou e será processado por homicídio
Um indiano de 36 anos torturou e assassinou o homem que acredita ter estuprado sua filha após convidá-lo para um jantar. Vinod Kumar se entregou à polícia e confessou ter preparado uma armadilha para o criminoso que abusou sexualmente de sua filha de 14 anos. A decisão de agir contra o agressor ocorreu depois de descobrir que a jovem estava grávida. As informações são do jornal italiano Corriere della Sera, da CNN e do Índia Today.
O homem, um fornecedor de remédios que vivia na mesma vizinhança de Kumar, em Khajuri Khas, nordeste de Nova Délhi, foi sedado com drogas colocadas em sua comida e bebida. Ele foi amarrado com um lençol de cama e teve as genitálias queimadas antes de ser estrangulado até a morte.
Chocado com a violência contra a filha, ele lançou mão de uma atitude assustadora ao se colocar no papel do Estado e da lei. Preso, vai responder por homicídio.
Segundo o vice-comissário de polícia, R.A. Sanjiv, Kumar declarou à polícia que o estuprador abusou de sua filha há dois meses. Ele não reportou o crime às autoridades porque acreditava que a honra de sua família poderia ser manchada perante a sociedade.
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Uma autópsia ainda está sendo realizada no corpo do estuprador. A próxima etapa da investigação é reunir indícios que comprovem as alegações feitas pelo homem, já que confissões a policiais não são aceitas como provas pela Justiça da Índia.
Kumar é casado e pai de quatro filhas e dois filhos. O homem que ele matou tinha 45 anos, era casado e pai de um filho e duas filhas. Segundo a imprensa indiana, o agressor ameaçou a vítima caso ela contasse alguma coisa a alguém. Mesmo assim, ela contou para o pai sobre o crime no mesmo dia.
Estupros na Índia
Casos de estupros têm chamado grande atenção na Índia desde dezembro de 2012, quando uma estudante de 23 anos de idade foi estuprada e assassinada em um ônibus em Nova Déli.
A repercussão mundial do caso levou a Índia a adotar penas mais duras contra o crime, entre elas a pena de morte. Mas, para descontentamento de muitos no país, já se passaram dois anos e os agressores da estudante Déli ainda não foram punidos.
Eles foram sentenciados à morte, mas sua apelação está pendente no Supremo Tribunal Federal. Muitos indianos se ressentem da lentidão do sistema judicial em processos que podem durar anos.
Apesar da nova lei, a notificação de casos de estupro na Índia subiu imensamente – de 24.923 casos, em 2012, para 33.707, no ano passado. Isso significa que, todos os dias, 93 estupros são relatados no país.
Talvez por conta deste cenário, o assassinato em Khajuri Khas tenha gerado simpatia de parte do público pelo pai, com muitos dizendo que fariam o mesmo.
Depois que a história foi relatada pela primeira vez, no fim de semana, muitos descreveram o assassino confesso como “herói”, que “fez o que tinha que fazer”.
Outros expressaram a esperança de que ele escape de uma punição mais severa.