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Repórter do CQC é agredido e expulso de manifestação fundamentalista

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Repórter foi fisicamente agredido e chamado de "comunista financiando pela Dilma" em marcha no último sábado. Outras agressões contra profissionais da imprensa foram registradas no mesmo evento. Com tanto ódio no ar, houve, além disso, conflito entre os próprios manifestantes da direita

O repórter do CQC, Guga Noblat, encarregado de cobrir o ato do último sábado que pediu o impeachment da presidente Dilma Rousseff e uma intervenção militar no Brasil, foi agredido [vídeos abaixo] por manifestantes que o chamaram de “comunista financiando pela Dilma”.

Questionado por Noblat a respeito das razões da manifestação, um jovem disse que o motivo era “tirar a Dilma do poder”. O jornalista indagou que caso isso ocorresse, quem assumiria o cargo mais alto da nação seria o seu vice, e perguntou ao jovem se ele sabia quem era o atual vice presidente da República. Aparentemente constrangido por não ter a resposta para a pergunta, o garoto empurrou o repórter e deu um tapa em seu microfone.

Mais exaltado, outro manifestante chegou a chamar o repórter do CQC de ‘Jean Wyllys da imprensa’ e o perseguiu durante vários minutos, acusando o repórter e o programa de serem ‘chapa branca’ e ‘comunistas’.

Após os incidentes, Guga Noblat publicou uma nota em seu Facebook a respeito das agressões que sofreu na marcha.

“Quando cubro manifestação da esquerda, os militantes me chamam de reacionário. Quando cubro a direita, sou chamado de comunista. To sofrendo uma crise de identidade. Ontem, fui ofendido por um cidadão desequilibrado que parecia um menino de seis anos sofrendo um surto histérico durante a cobertura das manifestações contra a Dilma Rousseff […]. Do nada, ele apareceu me chamando de comunista, cubano, a favor da presidente, gay, etc”, disse.

Jornalista da Folha agredida

A repórter fotográfica Marlene Bergamo, da Folha de S.Paulo, também foi agredida por fundamentalistas (veja aqui) que participaram da manifestação no último sábado na avenida Paulista.

Marlene divulgou em sua página no Facebook o vídeo que fazia enquanto foi atacada. De acordo com a repórter, os manifestantes atacavam pessoas que não concordavam com eles.

Ódio

Há bastante ódio nas marchas conservadoras que pedem o impedimento de Dilma e a volta dos militares. Durante o último ato, foram registrados conflitos entre os próprios manifestantes da direita, além de violência contra pessoas que porventura passaram pelo local do ato de roupa vermelha. Com tanto sentimento de raiva e de intransigência no ar, aumenta cada vez mais a possibilidade de ocorrências mais graves em eventos futuros.

Vídeos:

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