Liderados pelo músico Lobão e pelo astrólogo Olavo de Carvalho, ultradireita se articula para contestar a reeleição de Dilma Rousseff e pedir o impedimento
Um hangout que o músico anti-petista Lobão liderou nesta segunda (10) definiu as diretrizes de uma carta de intenções que será apresentada à sociedade brasileira no próximo sábado (15), quando protestos contrários à reeleição de Dilma Rousseff (PT) estão programados para ocorrer em diversas cidades do País.
Segundo Lobão, a carta de intenções deve deixar claro que os manifestantes que sairão às ruas no final de semana não pedirão intervenção militar ou separatismo. Ao lado de Olavo de Carvalho, Bené Barbosa, Hermes Nery, Nathan Inácio, Marcello Reis, Dalmo Accorsini, Fábio Barsotti e Kim Kataguiri, Lobão criticou a cobertura dada pela grande mídia nos últimos protestos. Grandes jornais como Estadão e Folha deram destaque – com tom de satirização – aos direitistas descompensados e descontentes com a vitória de Dilma sobre o candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB).
“Nós temos um único intento, que é declarar inelegibilidade de Dilma, com a fraude que aconteceu nas eleições, e por todas as falcatruas que o PT vem cometendo. Ou seja, nossa mira é o PT e a Dilma. Não temos a menor intenção de gritar por intervenção militar ou separatismo, ou coisas que o valham, como a oposição vem colocando em nossos ombros”, disse Lobão.
Na sexta-feira (14) anterior às manifestações, Lobão pretende conduzir uma coletiva de imprensa com a mídia internacional, com o intuito de evitar “distorções” na imprensa nacional. “Isso será muito importante porque poderemos falar para o mundo interiro antes das manifestações. Nós teremos esse espaço para falar da carta de intenções”, disse. A única publicação que se safou de críticas foi a Veja, alinhada com o pensamento reinante dos cabeças do movimento.
O documento com o pleito dos movimentos estará disponível em um site com base de dados fora do país a partir do dia 15, para evitar o “governo brasileiro de ter condições de fazer qualquer intervenção”, explicou Marcelo Reis, que também participou do hangout como organizador de protesto.
Com uma camiseta preta estampada com a palavra “impeachment”, Marcelo explicou que o objetivo no sábado será iniciar uma série de protestos para pressionar as autoridades a promoverem uma auditoria independente nas urnas eletrônicas, pois o “povo se sentiu lesado com a suspeita de fraude nessa eleições”.
Com a comprovação de fraude, sustentou Marcelo, a reeleição de Dilma poderia ser anulada. “Nós somos obrigados a votar, e temos também o direito de saber se fomos enganados ou não. Não adianta ter autoria referente ou igual ao [que permite o] TSE, pois [o ministro] Dias Toffoli é advogado do PT. Ele foi colocado no TSE simplesmente para advogar pelo PT”, disparou.
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Olavo de Carvalho sustentou que a apuração secreta de votos já torna a eleição presidencial brasileira nada transparente e muito questionável. Ele também defendeu que as lideranças de direita que estão articulando movimentos contra o PT não sejam unificados sob um mesmo símbolo pré-estabelecido, como se fossem um partido político. Para ele, é preciso se manifestar em nome dos 200 milhões de brasileiros.
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