Mortalidade infantil em Cuba é menor que nos EUA
Cuba mantém recorde e registra uma das menores taxas de mortalidade infantil do mundo. Dados superam os dos EUA e foram obtidos apesar do bloqueio que atinge a ilha caribenha
Vanessa Martina Silva, Opera Mundi
Enquanto a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) redefine a meta global, prevista para 2015, de reduzir a mortalidade infantil em um terço, adiando o objetivo por 11 anos, Cuba comemora uma das mais baixas taxas de morte de crianças menores de cinco anos do mundo. A cifra de 4,2 mortos por mil nascidos vivos foi alcançada no final de 2013 graças ao trabalho realizado pelas equipes de médicos e enfermeiras da família é a menor da história da ilha caribenha.
Os números são atribuídos pelo pediatra e chefe do departamento do Programa Materno Infantil do Ministério de Saúde Pública cubano, Roberto Álvarez Fumero, ao trabalho realizado ao longo de 2014 que generalizou o uso de progesterona a todas as gestantes com risco de parto prematuro e ao avanço na assistência às mulheres grávidas feita pelo programa de saúde estatal.
Hoje, entre as maiores causas de morte de crianças menores de um ano em Cuba estão doenças originadas no período pré-natal, defeitos congênitos e doenças genéticas, além das infecções.
Os dados são resultado do Sistema de Saúde cubano, afirma Fumero. Por meio do Programa Médico e Enfermeira da Família, mulheres grávidas de todo o país são acompanhadas em todas as etapas da gestação, explica. Também é realizado acompanhamento com assessores genéticos no atendimento primário à saúde, ressalta o médico.
Foi verificada ainda uma melhora na taxa de mortalidade materna. Há três anos não ocorrem mais do que 27 mortes de mulheres diretamente relacionadas à gravidez, parto ou pós-parto. Fumero ressalta que os resultados são decorrentes do resgate do atendimento primário.
O resultado coloca a ilha caribenha, que há mais de 50 anos resiste ao bloqueio econômico e comercial imposto pelos Estados Unidos e que atinge os setores médico e farmacêutico do país, como um dos países com melhor resultado neste quesito em todo o mundo, como confirmam os dados do Banco Mundial.
Dados do Banco Mundial
Apesar de apresentar números diferentes do divulgado pelo governo cubano, o Banco Mundial confirma os avanços da ilha. De acordo com o organismo internacional, em 2013, Cuba apresentou uma taxa de 6 mortos por mil nascidos vivos.
Desta forma, a ilha tem resultado superior a países desenvolvidos como os Estados Unidos, com 7 mortos a cada mil nascidos vivos; e ocupa a 40ª posição no ranking global à frente de países em desenvolvimento, como o Brasil, na 74ª posição (14/1000 nascidos vivos), Argentina 73ª posição (14/1000 nascidos vivos) e África do Sul, na 134 ª posição (44/1000 nascidos vivos).
Os dados verificados em 2013 fizeram a Unicef adiar a meta estipulada pela ONU de reduzir a mortalidade infantil em dois terços até o fim de 2015, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos em 2000.
Apesar de ter sido reduzida pela metade, a mortalidade infantil não atingiu a meta de 31 para cada mil nascidos vivos – o número era de 93 mortes/1000 em 1990 e hoje é de 45,6/1000. Desta forma, a meta foi fixada novamente para 2026.
Atualmente, 17 mil crianças abaixo dos cinco anos morrem todos os dias no mundo – 11,8 por minuto, de acordo com números divulgados recentemente pela Unicef.
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