Última postagem no twitter na conta do Charlie Hebdo antes do ataque se tornou motivo de especulação na imprensa internacional. Parte da mídia francesa considerou que o jornal foi vítima da ação de hackers
A última postagem no Twitter feita pela revista satírica francesa Charlie Hebdo (@Charlie_Hebdo_) antes do ataque que matou 12 pessoas e deixou várias outras gravemente feridas se transformou em motivo de especulação na imprensa internacional.
O tuíte mostra uma charge do líder do grupo autodenominado Estado Islâmico, Abu Bkr al-Baghdadi e também uma frase misteriosa escrita no desenho: “Felicidades. Para você também, Al-Baghdadi”. Na charge, al-Baghdadi é mostrado respondendo: “E principalmente boa saúde”.
O tuíte tem como data e hora da publicação quarta-feira pela manhã, horário de Paris.
Mas não se sabe se foi enviado antes ou logo depois do começo do ataque contra o escritório da revista. O que se sabe é que foi postado antes de a notícia do ataque ser divulgada.
Muitos especulam se o ataque estava relacionado de alguma forma com essa imagem. Na verdade, a charge não parece ter sido usada antes pela revista, mas também parece dar continuidade a um tema.
A edição impressa da Charlie Hebdo desta semana inclui uma charge com a manchete: “Não ocorreram ataques na França”, mas um personagem usando um turbante e com um fuzil Kalashnikov nas costas afirma: “Espere – ainda temos até o fim de janeiro para desejar nossos melhores votos.”
Na França é tradição desejar um feliz Ano Novo até o fim de janeiro.
Seria apenas uma coincidência o fato de esta imagem ter sido postada por volta da hora do ataque? Parte da imprensa francesa especulou que a revista pode ter sido vítima de hackers.
A ilustração tem a assinatura de Honoré, um ilustrador francês famoso e que está entre os mortos no ataque, mas não se sabe se realmente é um trabalho dele ou quando a charge foi desenhada.
Nesta semana a capa da Charlie Hebdo traz uma charge do polêmico escritor Michel Houllebecq. O último livro dele, Soumission (“Submissão”, em tradução livre), imagina como seria a França se fosse governada por um partido islâmico, um país no qual as mulheres fossem estimuladas a usar o véu, a poligamia seria legalizada e o Corão, ensinado nas Universidades.
VEJA TAMBÉM: O desenho premonitório do diretor do Charlie Hebdo
BBC
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