A barbárie no Paraná, a batalha na Assembleia e o “pacote de maldades”
Com esmagadora maioria na Assembleia, o governador Beto Richa (PSDB) apelou ao "tapetão" legislativo para aprovar um "pacote de maldades". Professores estavam em greve e acampavam na Assembleia Legislativa desde terça-feira. Após protesto de milhares, Richa cedeu
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), cedeu à pressão dos milhares de manifestantes que cercaram a Assembleia Legislativa do estado e retirou nesta quinta-feira (12) os projetos de lei 6 e 60, de 2015, que alteram o sistema de previdência, cortam benefícios e alteram a carreira do funcionalismo público – o chamado pacotaço (ou pacote de maldades). Os projetos incluem a autorização de uso de R$ 8 bilhões da poupança do ParanáPrevidência pelo estado.
(Assista abaixo ao vídeo da BATALHA DA ASSEMBLEIA)
Em comunicado da Casa Civil, o governo Richa informa que fará um reexame do projeto por conta das manifestações e para “garantir a integridade física dos deputados”.
Por volta das 15h, os manifestantes ocuparam a Assembleia e enfrentaram a Tropa de Choque da Polícia Militar, que protegeu os deputados em um ônibus militar para garantir o acesso deles ao prédio.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), acuados no restaurante da Assembleia, 44 deputados deram início à sessão que votaria os projetos, enquanto manifestantes atravessaram os portões cantando o hino nacional. De acordo com o sindicato, a sessão foi interrompida depois que a Polícia Militar passou a usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes.
A mobilização dos funcionários públicos contra os projetos teve início na segunda-feira (9), com a greve dos professores e funcionários da rede pública de ensino, que foram seguidos por servidores e docentes das universidades estaduais. Na terça-feira houve a primeira ocupação do plenário da Assembleia.
Com a ocupação, os deputados estaduais chegaram a realizar uma reunião no restaurante da Assembleia Legislativa, ontem, mas não conseguiram encaminhar a votação dos projetos.
“Deputados de merda”
Os deputados governistas chegaram de camburão da PM e entraram em um anexo do legislativo pelas portas dos fundos para aprovar o ‘pacote de maldades’.
Diante da tomada total do espaço pelos manifestantes, os parlamentares encerraram a “sessão secreta” e se retiraram do local também dentro do rabecão policial.
O senador Roberto Requião (PMDB), em entrevista à TV 15, classificou como “deputados de merda” os que tentaram votar secretamente o projeto contra que extingue o fundo previdenciário de R$ 8 bilhões dos servidores públicos.
Vídeo da Batalha na Assembleia: