Rodrigo Gularte, o segundo brasileiro no corredor da morte na Indonésia, criou um mundo próprio e acha que não será executado
A embaixada do Brasil em Jacarta solicitou nesta terça-feira (3) a hospitalização do réu brasileiro Rodrigo Gularte, que aguarda sua execução no corredor da morte na Indonésia, porque ele foi diagnosticado com esquizofrenia.
Fontes diplomáticas disseram que solicitaram à promotoria que Gularte, condenado à pena de morte após ser preso com 6 kg de cocaína em pranchas de surfe, seja internado em um hospital psiquiátrico, o que evitaria sua execução.
“Ele está mentalmente doente, foi diagnosticado com esquizofrenia. Segundo a lei indonésia, uma pessoa doente não pode ser executada”, disse um funcionário da Embaixada brasileira, que preferiu não revelar seu nome. Segundo a delegação brasileira, Gularte está sendo “bem tratado” na prisão e, além da ajuda diplomática, alguns familiares também estão na Indonésia.
Na quinta-feira (29), o procurador-geral indonésio, H.M. Prasetyo, disse que estão preparados para executar utilizando um pelotão de fuzilamento onze réus, incluindo Gularte e outros seis estrangeiros. Segundo o jornal The Jakarta Post, as execuções ocorrerão na ilha de Nusakambangan, na província de Java Central, no final de fevereiro, embora a Embaixada brasileira indique que não foi informada oficialmente.
Realidade paralela
Uma prima de Rodrigo que está na Indonésia disse em recente entrevista à BBC que o brasileiro criou uma “realidade paralela”.
“Ele está num quadro de paranoia. Ele criou um outro mundo, que tudo isso que está acontecendo não é verdade, que ele não vai ser executado. Ele não consegue entender essa realidade”, contou Angelita Muxfeldt.
“Ele não reclama de nada. Inclusive, quando a gente falou que queria tirá-lo para um hospital, ele disse que não. Ele diz que não tem que ir para o hospital. Que é perigoso ir para o hospital, que lá dentro ele está seguro”, complementa.
Relações diplomáticas
Dilma afirmou que o fuzilamento de seu compatriota afetaria as relações diplomáticas entre os países. A Indonésia tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 são por narcotráfico, dois por terrorismo e 74 por outros delitos.
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