Clube Militar dispara contra Lula após discurso do ex-presidente em defesa da Petrobras. Oficiais da reserva se incomodaram porque o ex-presidente disse que, se preciso for, 'também sabe brigar'
O Clube Militar publicou em seu site nota em que critica o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por seu discurso durante ato em defesa da Petrobras, na última terça-feira (24), no Rio. O texto chama Lula de “agitador” e o acusa de incitar a discórdia.
A associação, composta por oficiais da reserva, se queixa da fala do ex-presidente, quando disse que os petistas também sabem brigar. A declaração foi feita durante discurso a militantes e movimentos sociais que participavam do ato, cujo objetivo era defender a estatal em razão dos desgastes provocados pelas investigações de irregularidades.
Durante o ato, o ex-presidente Lula disse que queria ‘paz e democracia’, mas que se preciso for estará pronto para enfrentar os opositores de cabeça erguida. “Dilma ganhou a eleição democraticamente, tem que levantar a cabeça e cuidar do país. Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também”, afirmou [relembre aqui].
A fala gerou resposta dos militares. “Neste país sempre houve e sempre haverá somente um exército, o Exército Brasileiro, o Exército de Caxias, que sempre nos defendeu em todas as situações de perigo, externas ou internas”, afirma o texto, repudiando a declaração do ex-presidente.
Leia a íntegra da nota do Clube Militar:
“O Brasil só tem um Exército: o de Caxias!
Ontem, nas ruas centrais do Rio de Janeiro, pudemos assistir o despreparo dos petistas com as lides democráticas. Reagiram inconformados como se só a eles coubesse o “direito” da crítica aos atos de governo. Doeu aos militantes petistas, e os levou à reação física, ouvir os brados alheios de “Fora Dilma”.
Entretanto, o pior estava por vir! Ao discursar para suas hostes o ex-presidente Lula, referindo-se a essas manifestações, bradou irresponsáveis ameaças: ” ..também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas”. Esta postura incitadora de discórdia não pode ser de quem se considera estadista, mas sim de um agitador de rua qualquer. É inadmissível um ex-presidente da República pregar, abertamente, a cizânia na Nação. Não cabem arrebatamentos típicos de líder sindical que ataca patrões na busca de objetivos classistas.
O que há mais por trás disso?
Atitude prévia e defensiva de quem teme as investigações sobre corrupção em curso?
Algum recado?
O Clube Militar repudia, veementemente, a infeliz colocação desse senhor, pois neste País sempre houve e sempre haverá somente um exército, o Exército Brasileiro, o Exército de Caxias, que sempre nos defendeu em todas as situações de perigo, externas ou internas.”
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