Extremistas podem provocar confronto nas ruas no dia 13
É grande a possibilidade de haver confronto nas manifestações marcadas para sexta-feira, dia 13, em São Paulo. Provocadores convocaram ato para mesmo local e horário. O clima foi de tensão em reunião na sede da PM
Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania
No mesmo dia em que houve confronto entre sindicalistas da CUT e provocadores do grupo Revoltados On Line diante da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, durante ato em defesa da Petrobrás do qual participou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a central sindical anunciou que no dia 13 de março haveria novo ato em defesa da Petrobrás em várias capitais do país [saiba mais sobre o ato do dia 13 aqui].
O tumulto ocorreu por conta de orquestração preparada por esse grupo que prometia “não deixar Lula falar” [relembre o confronto aqui].
Conforme este blog informou anteriormente, o que o grupo provocador fez foi ilegal, pois, de acordo com a Constituição Federal, no artigo que trata de direito de reunião e manifestação, locais onde tenham sido convocadas manifestações não podem ser objeto de outra manifestação por outro grupo de manifestantes.
Artigo 5º da Constituição Federal
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente
Apesar disso, seguindo a sua tática de fazer provocações, o grupo que tentou impedir o ex-presidente Lula de falar [no último dia 24/02] e que buscou confronto com os sindicalistas da CUT tratou de convocar manifestação para o mesmo dia e hora.
Assista, abaixo, vídeo do líder do Grupo Revoltados On Line convocando seus seguidores a se manifestarem no mesmo dia e local em que a CUT se manifestará.
Nesta semana, o Comando da Polícia Militar da Capital paulista convocou as entidades que disputam o espaço diante do edifício-sede da Petrobrás, na avenida Paulista, para uma reunião em busca de acordo sobre a utilização daquele espaço público.
De acordo com o vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, extremistas do grupo Revoltados On Line estão chamando uma manifestação para o mesmo dia. Na sede da PM, representantes da CUT se reuniram com o líder dos revoltados e relataram um ambiente de provocação e animosidade.
“Eles estão chamando uma manifestação, que eu não sei qual o objetivo, no mesmo dia e local. O que nós entendemos é que se trata de uma provocação. Já tivemos um episódio lamentável provocado por um grupo lá no Rio de Janeiro e sabemos que a estratégia desses grupos consiste em tentar colocar para a sociedade que nossas manifestações são violentas. Querem criar um ambiente de violência. É um pessoal difícil. Eles são truculentos no trato”, revelou Douglas.
Renato Carvalho, também da CUT e que estava na sede da PM contou detalhes do que aconteceu na reunião:
A PM convidou para participar dessa reunião que havíamos marcado todas as entidades que pretendem se manifestar; a CUT, a Apeoesp e esse grupo Revoltados On Line. O comandante da PM nos disse que havia um conflito porque o grupo dos revoltados queria fazer um ato no mesmo dia e local. E, além disso, às 14 horas a Apeoesp fará uma assembleia no Masp, a CUT fará seu ato poucos metros adiante, na Petrobrás, e, depois, os dois grupos irão se juntar e faremos uma caminhada pela avenida da Consolação até a Praça da República.
Durante a reunião houve um debate ideológico muito forte e o líder desse grupo fez várias provocações na frente do comandante da PM, mas não entramos na provocação.
Ficou combinado que eles só farão a manifestação deles após terminar a nossa. Eles devem ir no mesmo horário que nós, mas a polícia diz que irá isolá-los enquanto nos manifestamos.
No entanto, nós estamos preocupados porque já na reunião no comando da PM percebemos que eles estão dispostos a fazer provocações. Se fizeram lá, provavelmente farão muito mais enquanto estivermos nos manifestando. Porém, estamos orientando o nosso lado a não aceitar essas provocações. Mas, haja o que houver, estaremos preparados.