O cruel aumento da tarifa de água em São Paulo
Conta de água em São Paulo tem aumento de quase 14%. É o maior reajuste desde 2003
Por Valdir Roque*
A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) autorizou, na segunda-feira, 30, um reajuste de 13,8% nas contas de água e esgoto da Sabesp. É o maior aumento desde 2003. A alegação da Sabesp para o aumento seria cômica, se não fosse trágica: risco ao equilíbrio econômico-financeiro por causa dos prejuízos provocados pela crise da água no estado.
Como cidadãos, pagamos duas vezes. Primeiro porque a crise gravíssima da água que estamos enfrentando, com bairros por dias sem água na torneira, ou uma espécie de rodízio velado, com água na torneira poucas horas por dia, é fruto da irresponsabilidade dos governos do PSDB no estado, que, mesmo alertados há anos para o risco de colapso no sistema de abastecimento, pouco ou nada fizeram: não ampliaram, modernizaram os reservatórios, não investiram. E agora, vem o governo Alckmin com a maior cara de pau e aumenta a tarifa por causa dos prejuízos provocados pela crise da água, que eles mesmo geraram.
Já não basta termos de tirar dinheiro do orçamento familiar para comprar galões, baldes, garrafas de água mineral, já que a pouca água que chega às nossas torneiras tem qualidade pra lá de duvidosa, agora temos de arcar com o aumento na tarifa. É uma medida não só injusta, mas também cruel, desumana, com a população de São Paulo.
Um dos motivos alegados para o reajuste são as perdas geradas pela redução do consumo de água. Um absurdo! Como vamos consumir o que o governo Alckmin não nos disponibiliza? Quem não gostaria de ter água sempre disponível na torneira para beber, cozinhar, tomar banho… Mas, com a crise, mesmo quando temos água, procuramos economizar ao máximo, reutilizar ao máximo, para evitar desperdício e fazer nossa parte para não aumentar o problema. Afinal, já que o governo Alckmin não fez a parte dele, que façamos a nossa.
Repito: o aumento da conta de água por conta da redução do consumo que o próprio governo Alckmin é uma penalização sem lógica; surreal. Como cidadão e vereador, faço um apelo ao governo do estado para que reveja esse aumento cruel da tarifa de água para a população de São Paulo.
Nota: A Sabesp se posicionou oficialmente e disse considerar insuficiente o reajuste de 13,8% autorizado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp).
*Valdir Roque é vereador – líder da bancada do PT na Câmara Municipal de Osasco
