"Podemos tirar, se achar melhor". Reuters coloca entrevista com FHC no ar e esquece de tirar frase que denuncia blindagem ao ex-presidente tucano. Hashtag que ironiza gafe vira o assunto mais comentado do Twitter
O site da agência de notícias Reuters publicou nesta segunda-feira (23/03) uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso onde ele aponta outro ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, como principal culpado pelos casos de corrupção na Petrobras.
Mas o que mais chamou a atenção foi uma observação do editor do texto, que acabou indo ao ar, por distração.
A matéria cita a declaração do ex-gerente de serviços da estatal brasileira, Pedro Barusco, de que o desvio de dinheiro havia começado no governo de FHC. Foi aí que entrou a frase “Podemos tirar, se achar melhor”.
Depois que percebeu o erro, a Reuters fez a reedição do texto. Mas o print screen da página começou a circular na internet.
No Twitter, a frase virou piada e se tornou um trending topic (o assunto mais comentado na rede social) no Brasil, com a hashtag #PodemosTirarSeAcharMelhor
Internautas começaram a resgatar notícias antigas de escândalos relacionados ao governo de FHC, acrescentando, com ironia, a hashtag no final.
Reuters apaga gafe
O “Podemos tirar, se achar melhor” foi apagado e não está mais no ar, confirmou a Reuters em nota. Uma busca no Google pela expressão mostra que a observação foi mesmo ao ar. O cache do site de buscas armazena versões anteriores das páginas da internet e traz a frase “Podemos tirar, se achar melhor” imediatamente antes das palavras “Apesar das turbulências”, que abrem o sétimo parágrafo.
Corrupção na Petrobras
As palavras de Pedro Barusco geraram uma disputa entre PT e PSDB a respeito de qual dos dois partidos é o pai da corrupção na Petrobras. Ex-auxiliar de Renato Duque, o ex-gerente de Serviços da estatal indicado pelo PT, Barusco ajudava seu chefe a lidar com a propina recebida pela diretoria em que trabalhavam, como mostram as investigações da Operação Lava Jato.
No ano passado, Barusco assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e fez diversas revelações. Entre elas, que começou a receber propinas na Petrobras em 1997 e que o pagamento de valores indevidos se tornou “sistemático” no ano 2000
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com Jornal do Brasil
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