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Presidente da CPI da Petrobras é chamado de ‘moleque’ no 1º dia de trabalhos

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Primeiro dia da CPI da Petrobras é marcado por bate-bocas. Presidente da Comissão, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), de 25 anos, foi chamado de "coronel" e "moleque". Motta foi alçado à presidência da CPI por Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Hugo Motta, presidente da CPI da Petrobras (divulgação)

Em meio a protestos provocados pela condução da sessão da CPI da Petrobras pelo presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), deputados bateram boca e o parlamentar Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) chegou a chamar Motta de “coronel” e “moleque”, na manhã desta quinta-feira (5).

Motta, aos 25 anos e em seu segundo mandato, foi alçado à presidência da CPI pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que nos bastidores articula uma atuação da comissão para acuar o Palácio do Planalto. A condução dos trabalhos por Motta, porém, foi alvo de críticas por representantes de diversos partidos e chegou a um intenso bate-boca entre os deputados.

Isso porque os integrantes de algumas legendas na comissão, como PSOL, PPS e PSB, reclamaram que não foram consultados sobre a escolha dos vice-presidentes da comissão, realizada no início da sessão, nem sobre a criação de sub-relatorias da CPI –o que, na prática, vai esvaziar os poderes do PT, que ocupa o cargo de relator com o deputado Luiz Sérgio (RJ).

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O relator conduz a investigação e redige o relatório final, mas as sub-relatorias diminuem esse poder, dividindo-o com outros parlamentares.

O deputado Afonso Florence (PT-BA) e o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) argumentaram que a indicação dos sub-relatores, pela tradição da Casa, costuma ser feita pelo relator. Motta, porém, rebateu dizendo que o regimento é omisso sobre esse ponto e que ele mesmo faria essa indicação.

MOLEQUE

Quando Motta foi formar as sub-relatorias e fazer as indicações, parlamentares contrários começaram a gritar. Alguns se levantaram e foram até a mesa, onde sentam os cargos de comando da CPI. Valente começou a discutir com Motta e outro deputado, Edmilson Rodrigues, fez referência ao peemedebista como “moleque”.

Motta se irritou e respondeu aos gritos: “Não admitirei desrespeito de vossas excelências. Quem manda aqui é o presidente, respeitando o regimento. Eu não aceito desrespeito. Vossa excelência me respeite.” E completou: “Eu não tenho medo de grito. Da terra de onde eu venho, homem não me grita”.

EDUARDO CUNHA

Após o tumulto, o presidente da Câmara fez questão de comparecer à CPI e saiu em defesa das ações de Motta. Segundo ele, as decisões do aliado têm previsão regimental. Cunha, que tem a prerrogativa de revisar deliberações dos comandos das comissões, disse inclusive que vai bancar o entendimento firmado por Motta.

Hugo Motta, atrás de cunha, de boca aberta, comemora a vitória de seu líder para a Presidência da Câmara dos Deputados

FHC

O presidente da CPI também rejeitou requerimento do PT que pedia a ampliação do período das investigações para a gestão Fernando Henrique Cardoso. Ele porém, ressaltou, que não há impedimento para estender os trabalhos da CPI a fatos outros que surjam durante a investigação.

VICE-PRESIDÊNCIA

Os deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) e Kaio Maniçoba (PHS-PE) foram eleitos os vice-presidentes da CPI da Petrobras. O tucano será o primeiro vice, o pedetista o segundo vice, e Kaio, terceiro.

informações de Folha de S.Paulo e Agência Brasil

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