A mentira facilmente comprovável da articulista do Estadão e da Globo, Eliane Cantanhede, leva a crer que estamos vivendo um jornalismo dos contos de Grimm: faltar com a verdade é normal e permitido
Luis Nassif, GGN
Da matéria da Folha que criou o factoide da crítica de Joaquim Levy a Dilma:
“Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil… Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno”.
Da explicação de Levy:
“O ministro sublinha que os elementos dessa fala são os seguintes: aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da exma. sra. presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas têm a efetividade esperada”.
Da afirmação de Eliane Cantanhede, com o estilo tatibitate de quem conta uma história infantil [Contos de Grimm] repleta de bruxas e duendes:
“Pois é, o Levy começou com essa história. E cá pra nós ele não falou nenhuma mentira. Falou o que todo mundo sabe: que a presidente Dilma é muito autoritária que só faz as coisas do jeito dela. Se pegar a frase dele, tem todo esse sentido”.
Como assim? É mentira facilmente comprovável. De qual trecho do factoide da Folha ela tirou essa conclusão? Qual a diferença de um site militante repleto de teorias conspiratórias e esse nível de jornalismo?
Não há mais o menor pudor em manter qualquer elo com os fatos. É campanha, e ponto! Ficam autorizados os atentados ao jornalismo, à verdade, e pouco importa se as redes sociais apontarem a mentira. Os leitores não querem fatos: querem guerra, ainda que dela a maior vítima seja o jornalismo.
Ouça o áudio da mentira-fofoca aqui.
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