Redação Pragmatismo
Corrupção 09/Abr/2015 às 12:07 COMENTÁRIOS
Corrupção

Homem solta ratos na CPI da Petrobras durante depoimento de Vaccari

Publicado em 09 Abr, 2015 às 12h07

Ratos soltos na CPI da Petrobras causam confusão em sessão com depoimento de Vaccari. Animais geraram gritos e tumulto. Homem foi detido pela polícia legislativa

ratos cpi petrobras vaccari pt
Homem solta ratos no plenário e tumultua início do depoimento de Vaccari em CPI

Uma pessoa foi contida por policiais legislativos da Câmara dos Deputados no momento em que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entrou no plenário onde está ocorrendo a sessão da CPI da Petrobras. Houve princípio de tumulto e o homem foi detido. Ele teria soltado ratos no plenário.

Vaccari foi denunciado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público e é acusado de receber propinas de empresas contratadas pela Petrobras. Ele nega as acusações, feitas por delatores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Vaccari é pontado nos depoimentos dos delatores Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Eduardo Leite e Pedro Barusco como operador do PT no esquema de pagamento de propinas. Vaccari seria ligado ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que negou à CPI envolvimento no esquema.

O tesoureiro do PT está protegido por um hábeas corpus concedido ontem pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e tem o direito de permanecer calado. Mesmo assim, ele pediu um computador à secretaria da CPI para apresentar um power-point.

Youssef, o principal delator do esquema, é apontado como o centro do sistema de lavagem de dinheiro decorrente do pagamento de propinas na Petrobras. Em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), o doleiro afirmou ter intermediado pagamento de propina das empresas Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao PT, por intermédio de Vaccari. Ele mencionou ainda o envolvimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que também nega envolvimento, O nome de Vaccari aparece, principalmente, nos depoimentos feitos pelo ex-gerente de Tecnologia da Petrobras, Pedro Barusco, também em delação premiada. Ele admitiu à CPI da Petrobras ter recebido propinas em cerca de 90 contratos da Petrobras, entre 2003 e 2011, dinheiro também repassado a Vaccari e ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

Entre os contratos estão os firmados para a contrução de sondas de perfuração pela empresa SeteBrasil (propina paga pelos estaleiros Atlântico Sul, Enseada do Paraguaçu, Rio grande e Kepel Fels), aluguel de navios plataformas junto à empresa holandesa SBM Offshore e implantação do gasoduto Gasene (construído pelas empreiteiras Bueno e Galvão Engenharia).

O vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, também acusou Vaccari. Ele ficou preso quase quatro meses acusado de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos. Ele foi libertado depois de fazer delação premiada, na qual admitiu ter pago propina ao tesoureiro do PT.

O depoimento de Vaccari à CPI foi marcado por polêmica. O relator da comissão, deputado Luis Sérgio (PT-RJ), queria que ele fosse ouvido apenas no dia 23. O depoimento foi antecipado pelo presidente em exercício da CPI, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), sob protestos do relator e da bancada petista.

Agência Câmara

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS